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Enviada em: 23/05/2018

A pluralização do afeto  Na série americana ´´Glee´´, diversos padrões de família são apresentados, tais como: casais homoafetivos, mães ou pais solteiros. Na trama, o preconceito dá-se de maneira velada, entretanto, na realidade brasileira, o ´´bullying´´ sofrido por essas uniões chega a casos de violência moral ou, em alguns casos, física. Nesse contexto, vê-se a imprescindibilidade do debate acerca da resistência por parte dos mais conservadores e até mesmo do governo em aceitar esses agrupamentos e como isso reflete na sociedade.    O conceito de família é primordial à humanidade, visto que o homem nasce em sua razão e desenvolve seu pensamento perante costumes e padrões presentes em seu grupo social, segunda a teoria de coerção social de Émile Durkheim. Tal fato, em união à criação do estatuto familiar de 2013, que aceita socialmente somente uma configuração parentelar, modelo como o da Primeira República: mulher, homem, filho(s), são os responsáveis pela perseverança e perpetuação do preconceito, além de, consequentemente, da inferiorização e naturalização do desrespeito.    Além disso, é necessária a visão com outra perspectiva do conceito familiar, decorrente, principalmente, das mudanças do perfil feminino desde o governo de Getúlio Vargas, que passou a ser muito mais independente do patriarcado. Entretanto, essas evoluções, quando de encontro com dogmas da Igreja conservadora e seus fiéis, são barradas; o que acarreta em dificuldades para a oficialização de um casamento homoafetivo ou até mesmo na adoção de crianças por parte de agrupamentos considerados ´´desestruturados´´ .    Dessa forma, é perceptível que todas as maneiras de junção afetiva são válidas e precisam de medidas para garantir seu respeito na sociedade. Logo, cabe ao Governo Federal, a partir de leis, aplicar a obrigatoriedade de disciplinas que debatem temas contemporâneos e sociais nas escolas públicas e privadas, a fim de apresentar as mudanças da entidade familiar no século XXI para os jovens; além da reformulação do Estatuto da Família, que está totalmente ultrapassado para a realidade moderna. Não só isso, como também, cabe à mídia, como difusora de filmes e séries que apresentem essas alterações parentelares, como o intuito de sua naturalização e conscientização da família brasileira. Deste modo, a pluralidade poderá ser respeitada.