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Enviada em: 29/05/2018

Na obra "Memórias de um sargento de milícias", Manuel Almeida retrata a estrutura familiar do século XX, composta por um pai representante, uma mãe e os seus filhos. Hoje, no século XXI, a modernização no comportamento social refletiu mudanças na composição da família brasileira. No entanto, a intolerância para com essas novas configurações confirma a influência da sociedade patriarcal e dos dogmas religiosos no convívio social.       É notório que a sociedade patriarcal alimenta o desrespeito com os novos conceitos de família, haja vista que as acepções que estão em desacordo com os limites estabelecidos dentro dessa concepção são desprezadas. Nesse contexto, a ascensão do poder de escolhas femininas é questionada, pois muitas mulheres que optam em serem mães solteiras ou em não terem filhos, por darem prioridade as suas carreiras profissionais, acabam sendo, lamentavelmente, julgadas e menosprezadas. Entretanto, muitas pessoas já adotaram essas novas modelações familiares, segundo o IBGE 31% das mães brasileiras são mães solteiras e 14% das mulheres não querem ter filhos.       Outrossim, regras ligadas à religião merecem, também, destaque na análise dessa questão, uma vez que apenas a união entre homens e mulheres é aceita pela igreja como família. Seguindo essa linha, relações homoafetivas não são toleradas nem, em muitos casos, respeitadas, já que, assim como para o físico humanista Albert Einstein, “é mais fácil desintegrar um átomo do que acabar com um preconceito”. Dessa forma, apesar de 20% dos casais de homossexuais declararem ter filhos, de acordo com o Grupo Gay da Bahia (GGB), a violência física, verbal e moral contra esses casais ainda é, apesar dos avanços éticos e morais, preocupante, urgente e extremamente grande.        É inegável que houveram mudanças sociais extremas e o bom convívio social é um direito de todos. Portanto, para que as pessoas se adaptem e respeitem essa nova configuração, é preciso que o Ministério da Educação, juntamente com as Secretarias Escolares, crie projetos didáticos envolvendo toda a comunidade – família, professores e alunos - por meio de debates, palestras e discussões sobre as mais diversas formas de amor, de acordo com cada faixa etária, promovendo assim uma sociedade harmônica. Além disso, o Poder Legislativo deve punir pessoas que ofendam qualquer estrutura familiar, aplicando como constrição serviços à comunidade e multas generosas, para que se estabeleça o respeito e a tolerância em toda a sociedade.