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Enviada em: 10/05/2017

Pluralidade. Esta é uma boa palavra para definir o panorama da realidade das famílias brasileiras atuais. Mães solteiras, casais homoafetivos, filhos biológicos e adotivos são algumas peças no retrato de família do Brasil. Apesar de ainda sofrerem muito preconceito, essas novas configurações já avançaram bastante e hoje têm alguns direitos civis garantidos. Entretanto, a discussão não está nem perto do fim, afinal essas novas famílias devem ser  legitimadas e reconhecidas assim como todas as outras, sem prejuízo de intimidade  como consta no artigo 5ª da Constituição Federal.    Não obstante as novas gerações surjam com seus pensamentos mais críticos, o conservadorismo ainda está cristalizado em nossa sociedade. Crianças pertencentes à famílias “não convencionais” naturalizam o preconceito que sofrem. Além disso, a violência verbal e física contra pessoas LGBTs recheia os noticiários e uma das inúmeras consequências disso é o medo de adotar. Ademais,a hostilidade também é comum quando se trata de mães solteiras, que, além de terem que dar conta da criação dos filhos, enfrentam a discriminação velada ou não  por trás de duros olhares. Nesse sentido, a triste realidade é que o modelo “pai, mãe e filhos”, tido como o tradicional, é privilegiado em detrimento dos outros.      Acresce que, a acepção dos novos modelos familiares pode colaborar para resolver outros problemas sociais.Dessa forma, quanto menos casais do mesmo sexo sofrerem preconceito por terem adotado um menor, mais incentivadas as outras pessoas vão se sentir para pensarem no assunto, o que sem dúvida, pode acarretar na diminuição do número de crianças em abrigos. É evidente que a estrada rumo ao espaço para a pluralidade é repleta de obstáculos construídos pelo patriarcalismo institucionalizado porém, vivemos em uma sociedade democrática e como defendia Clement  Attlee "a democracia não é apenas a lei da maioria,mas a lei da maioria respeitando o direito das minorias". Assim sendo, o respeito a essas novas configurações familiares é dever de todos nós.         Portanto, fica explícita a necessidade de avanço nas discussões sobre representatividade familiar. A causa é de cunho educacional, devendo ser debatida em todos os “estamentos” da sociedade. O governo deve criar meios de punição mais eficazes que faça valer  a igualdade de direito que esta na Carta Magna.  Ademais, a mídia como formadora de opinião pode por meio de propagandas incentivar o respeito mútuo entre as pessoas e incentivar o fim do preconceito.  Por fim, a escola é a segunda experiência social do indivíduo, por isso, promover a discussão nesse ambiente, através de projetos que visam a fraternidade e igualdade de escolha entre pessoas é fundamental nessa luta. Enquanto as novas configurações continuarem a ser rechaçadas, nunca serão representadas  como devem ser.