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Enviada em: 11/05/2017

A noção de família na atualidade em oposição ao moralismo      Ao longo dos anos, profundas modificações são estabelecidas nas sociedades, assim, não diferentemente, ocorrem alterações na formação familiar. Com isso, a concepção de família vai além daquela concebida pelo sistema patriarcal, a qual é composta por um casal heterossexual. No entanto, lamentavelmente, há uma certa resistência da população em reconhecer as várias estruturas que compõem um lar. Logo, é primordial que medidas sejam adotadas a fim de proporcionar condições que tratem de maneira justa todas as formas de arranjos presentes nas inúmeras residências do Brasil.      A família tradicional, constituída por uma pessoa do sexo feminino e outra do masculino, apesar de ainda ser predominante, não é exclusiva. Isso é o que mostram os dados do Censo 2010 - realizado pelo IBGE. Tal fato está relacionado com as novas organizações sociais que incluem desde mulheres como responsáveis e mantenedoras de uma unidade doméstica, até habitações compostas por pares de indivíduos homoafetivos. Em função disso, percebe-se que o conceito de família não deve ser restringido pela sua composição, mas sim pelo tipo de relação que é estabelecida em uma morada, como laços afetivos, independente de parentesco.      Entretanto, é preciso remodelar a mentalidade de grande parcela da sociedade sobre o significado dessa palavra. Essa situação decorre de uma necessidade de se transmitir o respeito mútuo para  a convivência harmônica perante as diversidades. Infelizmente, na contramão desse processo, existem possíveis interferências que remetem a um retrocesso inigualável. Ilustra isso o projeto de lei do Estatuto da Família, aprovado pela câmara dos deputados, que visa reafirmar a concepção de que só se configura como família um núcleo baseado na união de gêneros opostos. Todavia, condutas como essa são resultado de um moralismo instituído na comunidade, consequente de preceitos religiosos, os quais deveriam estar dissociados de decisões políticas, uma vez que o Estado é laico.      Portanto, é evidente que a realidade encontrada nos lares atuais, em todas as suas peculiaridades, merece ser considerada. Para isso, é importante repassar para os cidadãos uma educação pautada na compreensão e no respeito às diferenças, o que pode ser iniciado nas escolas para alunos de todas as faixas etárias, através, principalmente, da exploração da cultura, pois conhecendo toda a pluralidade existente no país, pode se tornar mais fácil a aceitação de como as relações interpessoais acontecem. Ademais, é imprescindível que as ações do poder legislativo sejam tomadas em prol da população, com  total imparcialidade e com o propósito único de promover o bem-estar geral.