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Enviada em: 13/05/2017

A família brasileira não é mais a mesma. O modelo de casal com filhos deixou de ser dominante no Brasil. Pela primeira vez, o censo demográfico do IBGE apontou essa virada, mostrando que os outros arranjos familiares estão em 50,3% dos lares. Hoje, casais sem filhos, os casais homoafetivos, mães sozinhas com seus filhos, netos com os avós ganharam a maioria. Esse novo cenário impõe desafios para a sociedade avançar na aceitação da pluralidade de novos modelos de família. Apesar destas evidentes transformações, ainda é latente o conservadorismo na mentalidade do brasileiro. O modelo patriarcal enraizado na sociedade está por trás do pensamento aceito, mas não acho normal. Uma enquete realizada pelo Portal da Câmara dos Deputados apurou que 53% das pessoas comungam essa ideia. Esse conservadorismo só alimenta o preconceito, que se revela através de constantes notificações de agressões contra casais e filhos de famílias homoafetivas e os incontáveis casos de bullying, principalmente ocorridos no ambiente escolar, contra filhos de famílias fora do padrão normal. Além disso, deve-se contextualizar a situação da mulher nessa conjuntura atual. Antigamente, a mulher divorciada, praticamente, estava fadada à solidão, enquanto nem se imaginava a figura da mãe solteira, pois prevalecia o engravidou tem que casar. Hoje, há inúmeros casos em que elas são chefes de família. Contudo, apesar dos avanços, principalmente em termos de garantias jurídicas, o viés machista, herdado do patriarcalismo, as rotula como mulheres carentes, emocionalmente frágeis, negligentes com a educação dos filhos, sem falar do preconceito masculino para assumir um relacionamento amoroso com mulheres que têm filhos. Diante do exposto, fica claro a importância de se avançar no debate sobre essa nova dinâmica familiar nos mais variados ambientes sociais, com o objetivo de superar o preconceito. À escola, como Instituição socializadora, deve-se a responsabilidade de naturalizar essas mudanças, promovendo o respeito e a integração através de projetos pedagógicos que trabalhem essa temática. O Governo, por sua vez, precisa criar mecanismos eficazes de punição para os casos de intolerância. Enquanto essas novas configurações continuarem a serem ocultas não se avançará no caminho da aceitação dessas diferenças. Afinal, família não é tudo igual.