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Enviada em: 24/05/2017

Durante muitos séculos na história humana, o modelo aceito e "politicamente correto" de família limitou-se àquele constituído fundamentalmente por um homem e uma mulher. Esse pensamento ainda permanece enraizado em grande parte, na sociedade do século XXI, em que qualquer variante desse modelo padrão tende a ser condenada e reprimida por um surpreendente número de pessoas.      No Brasil, essa intolerância relacionada à novas configurações familiares - sendo as principais vítimas, casais homoafetivos e praticantes do poliamor, - mostra-se expressa em atos de desrespeito e discriminação praticados diariamente, além da falta de apoio e inclusão em projetos governamentais, como no Estatuto da Família, que evidenciam o descompromisso escancarado do Estado no que remete à inclusão dessa minoria.         Ainda que considerado laico, o Estado Brasileiro apresenta a maior parte de sua população devota à religião cristã, fator que contribui para uma maior repressão e falta de tolerância à estruturas familiares que não se enquadram no modelo familiar tradicional pregado por sua crença. Referências a isso encontram-se em grande número na Bíblia e são expressos diversos elementos que condizem com esse padrão, como por exemplo, as figuras de Adão e Eva. Além disso, a falta de projetos que visem promover o respeito e a ampliação de espaço e liberdade à tais núcleos familiares se faz presente.       Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. Como citado por Immanuel Kant, "O ser humano é aquilo que a educação faz dele", logo, uma reeducação desde a base se faz necessária, e para tanto, o Governo Federal deve criar, em parceria com o MEC, o projeto "Respeitar para Crescer" que envolva a instituição de apresentações e palestras educativas nas escolas que comecem abordando o tema com o Ensino Infantil, para que as crianças cresçam com respeito e uma mente mais aberta. Ademais, deve ser criado um Estatuto da Família que promova a inclusão e que também reconheça os diferentes tipos de núcleos sociais - independentemente da escolha sexual - como uma família.