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Enviada em: 27/07/2017

A “família tradicional brasileira” não existe mais. As transformações ocorridas, em parte, pelas conquistas sociais, ocasionaram na modificação desse conceito. Contudo, os conflitos com a lei e a pequena abordagem nos âmbitos educacionais contribuem para que as novas famílias não sejam totalmente aceitas pela sociedade.          O Estatuto da Família, um dos projetos de lei mais polêmicos dos últimos anos, define a entidade familiar como a união entre o homem e a mulher. Entretanto, essa definição é inconcebível atualmente, visto que, segundo o Censo de 2010, mais de 50,1% das famílias ganhou uma nova forma. Além disso, apesar da Justiça Brasileira ter mostrado avanços nesses aspectos – como a legalização da adoção por casais homossexuais – ainda é necessário reconhecer a legitimidade desses novos núcleos familiares e assim garantir seus direitos, como herança e guarda compartilhada em caso de separação.        Ademais, a pequena discussão sobre o assunto na mídia e nas escolas, colaboram para a não compreensão da união familiar constituída por relações de afeto. Prova de que utilizar os meios de comunicação é positivo, é que segundo a Central de Atendimento à Mulher, a novela “Salve Jorge” alertou a população sobre o tráfico humano e impulsionou aumento de mais de 1500% no número de denúncias. Além do mais, essa educação pode começar desde cedo no espaço escolar, já que segundo a psicanalista e pedagoga Cristina Silva, as crianças conseguem rapidamente aceitar as composições familiares diferentes das dela.          Dessa forma, é preciso que o Poder Legislativo aprimore as leis e aprove o Estatuto das Famílias, que engloba todos os núcleos familiares formados por laços afetivos. Somado a isso, a mídia – devido ao seu poder de influência – pode promover campanhas, novelas e séries que abordem as novas concepções familiares e o Ministério da Educação incentivar a inserção de conteúdos sobre o tema nas mais diversas disciplinas e desenvolver projetos como o “Dia da Família”.