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Enviada em: 06/08/2017

Barry Allen, o Flash da Era de Prata dos quadrinhos, passou a morar com um amigo da família após ver sua mãe morrer e seu pai ser preso injustamente. Ele foi criado como filho até a fase adulta em um relacionamento de sentimentos recíprocos. Em contraste com a ficção, as dinâmicas familiares podem formar núcleos diversos e, com isso, ratificar a evolução das relações interpessoais na contemporaneidade. Todavia, isso confronta  a ideologia da camada conservadora. Dessa forma, é preciso expor os argumentos existentes e analisá-los.      Primeiramente, parte da sociedade, ainda, tem uma visão eclesiástica a respeito do tema. Entende-se, então, que a família deve ser formada por um padrão: pai, mãe e filhos. Esse conceito vigente pode ser explicado pela  sociologia weberiana. No que tange à ação social, segundo Weber, os valores de um indivíduo são baseados em suas convicções religiosas ou políticas. Ademais, de acordo com o IBGE, mais de 85% da população brasileira é cristã, portanto não é difícil perceber o porquê da influência patriarcal.       Por outro lado, a ascensão da mulher frente à sociedade permitiu a ela o lugar de chefe de família ao ser mãe solteira ou, também, a inversão com a figura masculina quando provedora. Essa quebra de paradigmas provém dos movimentos de contracultura da década de 60, a exemplo dos hippies nos EUA, os quais abordaram temáticas relacionadas à liberdade sexual, amorosa e independência social.       Consoante, casais homoafetivos já possuem o direito à união estável na maioria dos países ocidentais, entretanto persiste uma luta ideológica contra preconceitos cristalizados de forma normativa. Nessa perspectiva, a adoção de crianças e formação de um lar para esse grupo torna-se uma opção que gera bastante discussão. Frases como "quem é a mãe?" são recorrentes e materializam a intolerância velada em forma de um humor depreciativo.       A fim da atenuação desse cenário, medidas pragmáticas são necessárias. O trabalho a ser feito é de longo prazo, haja vista o grande desafio de fazer as pessoas repensarem conceitos milenares. A mídia pode ser a principal arma a ser utilizada. Por meio de ficções de engajamento, como séries, filmes e novelas, o assunto será tratado de forma mais direta e abrangerá várias camadas sociais. Também, as escolas têm a capacidade de levar essa questão às salas de aula com a finalidade de ensinar crianças, desde cedo, sobre diversidade e respeito. Percebe-se, pois, que o valor semântico da palavra família se tornou algo que não faz sentido rotular.