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Enviada em: 07/08/2017

Segundo o dicionário atual, família é um núcleo social de pessoas unidas por laços afetivos, que geralmente compartilham o mesmo espaço e mantém entre si uma relação solidária. Seguindo esse conceito, vale salientar que a definição familiar se modifica no decorrer dos anos, devido, principalmente, as inúmeras interferências do Estado e de fatores adjacentes, como religião e cultura.             Apesar de alguns Estados nacionais tentarem interferir no conceito familiar, como o brasileiro, que tenta a aprovação de uma lei que define família apenas como a união entre um homem e uma mulher, este não possui autonomia para conceitua-la, haja vista que a primeira instituição social existente na história é a família, por isso o governo não deveria ter autoridade para definir algo que surgiu anterior à ele, sendo algo diretamente ligado as liberdades individuais de cada ser humano. Todavia o Estado tem o dever de fornecer amparo e proteção aos núcleos familiares, baseados em princípios constitucionais que respeite os direitos humanos.        Além disso, diversos núcleos religiosos tentam interferir na situação baseados em pensamentos que fogem da racionalidade humana e se assemelham aos mitos da Grécia antiga. No Brasil, por exemplo, diversos deputados e senadores usurpam da laicidade do Estado para impor suas ideologias à nação, partindo de argumentos falaciosos no qual impõem suas visões a milhões de pessoas que não compartilham de seus dogmas.        O conceito familiar, muito se assemelha com os posicionamentos culturais, haja vista que pode ser algo puramente interpretativo e relativo, ou seja, o que pode ser dado como correto para um determinado grupo social, pode não ser para o outro. Esse fato se comprova em países que aceitam naturalmente diversos tipos de casamento, como a poligamia, sendo visto por outras nações, infelizmente, como algo anormal.        É imprescindível, portanto, que se estabeleça um contrato social entre o Estado e os indivíduos, para que às liberdades individuais, no que concerne ao núcleo familiar, sejam preservadas, mantendo, assim, o respeito mútuo aos cidadãos que optarem pela formação de núcleos familiares de acordo com seus preceitos. Ademais, urge que ONGs e instituições filantrópicas promovam campanhas sobre o tema, em escolas e praças públicas, por exemplo, para disseminar o respeito entre os cidadãos e as diversas opniões que envolvem o tema, sempre correlacionado aos aspectos culturais envolvidos, reduzindo, assim qualquer tipo de preconceito.