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Enviada em: 05/09/2017

A evolução da família brasileira   Diante da evolução dos princípios da dignidade humana, segundo ideias universais dos direitos humanos, o conceito de família como unidade nuclear de uma das mais antigas instituições sociais da historia tem passado ao longo das décadas por profundas transformações sócio- culturais . O conceito biológico da “unidade nuclear” sede espaço as novas formas de expressão do amor e a flexibilização dos papeis sociais.      Nossas raízes históricas são marcadas por segregação e discriminações dos direitos civis. A evolução do “conceito família” como entidade base de um núcleo familiar nasceu das concepções patriarcalístas de um estado laico com valores cristãos. Com o código civil de 1906 foi reconhecido o matrimônio entre pessoas de sexos opostos como instrumento legitimador da unidade familiar. A constituição civil de 1988 trouxe uma reinterpretação do conceito sócio-cultural e uniões estáveis heterossexuais seguidas de núcleos mono-parentais passaram a gozar dos mesmos direitos antes restritos ao casamento civil. Só, em 2006, com a inclusão da lei Maria da penha com aspirações sexistas nos quadros legais do código civil é que, a união homoafetiva passa a ter respaldo e voz nas prerrogativas dos direitos inerentes a liberdade de expressão afetiva. E finalmente em 2013 a união homoafetiva ganhou equiparação judicial passando a gozar dos mesmos direitos de casais “tradicionais”. Uma verdadeira revolução comportamental dentro do quadros da família brasileira.    Diante dessa evolução, a família contemporânea evidencia a superação de um passado de discriminações e ultrapassa suas definições biológicas, pois tende a romper com tradições patriarcalístas e aponta para a revolução sóciocultural em que rompe com sua função reprodutiva e alterna os papeis sociais preconcebidos, cedendo espaço aos valores humanitários essenciais que, realmente, sustentam a manutenção e estabilidade dos laços afetivos como o amor, a cumplicidade e a tolerância. Além disso, essa flexibilização dos papéis acompanha a fluidêz do agora em que pais assumem o lugar de mães e as próprias vão ao trabalho a fim de proporcionar uma vida digna a seus filhos. E porque não casais homoafetivos adotando crianças abandonadas?. Uma família sólida e “sadia” se “alimenta” de cumplicidade, não de uma visão estereotipada de valores arcáicos e discriminatórios.         Dessa forma, o conceito de família do século xx1 difere profundamente de sua função biológica e estereotipada do passado. Ela agrega fundamentos diversificados das múltiplas manifestações de amor cumprindo com seus valores de proteção e acolhimento.