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Enviada em: 27/08/2017

No desenho animado "Lilo e Stich", Nani torna-se responsável pela criação da irmã mais nova após a morte dos pais. Com seu alienígena de estimação, as garotas formam uma "ohana", palavra havaina para família, o que evidencia a variedade de modelos familiares nos dias atuais. Dessa forma, é imprescindível expor a função dessa instituição social para validar os seus diversos formatos.       Em primeira análise, a família constitui a base das sociedades. Segundo Pierre Bourdieu, ela é responsável pela socialização inicial dos indivíduos ao passá-los conhecimentos básicos, o idioma, hábitos, tradições e valores morais. Isso foi chamado pelo sociólogo de habbitus primário e pode ser identificado tanto nos núcleos denominados tradicionais quantos nos modernos. Além disso, o respeito, o amor e o cuidado são elementos fundamentais nas relações entre os seus membros a fim de torná-las saudáveis.       Ademais, nos últimos décadas, o aumento da tolerância às diversidades e a conquista de direitos como a adoção por casais homossexuais, impulsionaram o aparecimento de famílias que fogem os antigos padrões. Muitas vezes vítimas de preconceito, essas precisam ser legitimadas pelo Estado e representadas na ficção. Entretanto, alinhado a ideais conservadores, o Estatuto da Família, projeto de lei circulante da Câmara de Deputados, promete reconhecer tal núcleo como fruto de união entre homem e mulher, o que exclui mães e pais solteiros, casais LGBT, crianças criadas por tios, avós, entre outros moldes.      Portanto, torna-se essencial a discussão para estabelecer o respeito e o reconhecimento dos variados padrões familiares. É necessário que a mídia os retrate e estimule a empatia na coletividade, a qual deve pressionar, através de protestos, os governantes a abandonar projetos exclusivos. As escolas podem realizar debates para alunos acerca da convivência com a diversidade. Assim, o conceito de família será mais inclusivo e compatível com a realidade.