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Enviada em: 07/09/2017

Os grupos familiares mudaram e suas configurações se multiplicaram. Atualmente, duas mães, dois pais, meio-irmão, enteados, filhos legítimos e adotivos são alguns dos possíveis arranjos das famílias. Porém, para que essa nova configuração possa ser devidamente reconhecida, ainda há muito o que ser discutido.       Em primeiro lugar, o conservadorismo mantém-se latente na sociedade civil. Prova disso está no projeto denominado "Estatuto da Família", que ressurgiu através da Câmara dos Deputados, legitimando apenas a união entre homem e mulher. Além disso, uma enquete no portal da Câmara mostrou que 53% das pessoas concorda com tal definição. Isso significa que, embora muito se tenha conquistado, para uma grande parcela da população, a família brasileira é representada pelo modelo tradicional.    Logo, essa visão engessada do modelo familiar colabora com o crescimento da intolerância. Casos de agressões a filhos de casais homoafetivos são cada vez mais noticiados e alguns terminam de uma maneira trágica: com a morte da criança. Essas situações não apenas mostram uma sociedade que não aceita o diferente, mas que também acha que preconceito é questão de opinião.        Portanto, é inegável que há muito que avançar no que diz respeito a representatividade da instituição familiar. O debate deve ser promovido em diversos contextos sociais. A escola, enquanto instituição socializadora, é responsável por naturalizar essas novas configurações e promover a integração. O governo, por sua vez, precisa criar meios eficazes de punição aos casos de intolerância. Assim, o núcleo familiar será melhor representado e respeitado.