Materiais:
Enviada em: 29/08/2017

Na Pré-História, famílias surgiram como forma de organização social. Os homens eram responsáveis pela caça e pela coleta; já as mulheres, pelo cuidado da prole. No entanto, desde a década de 60, transformações históricas, como a industrialização e a urbanização, mostram novos retratos de composição da família: há mães e pais solteiros, casais homossexuais e filhos adotivos, por exemplo. Contudo, essa nova configuração contemporânea enfrenta desafios de reconhecimento e, por isso, faz-se válida a discussão.      A instituição familiar é, muitas vezes, o primeiro núcleo social de uma criança. Dessa forma, a transmissão de valores, por parte dos pais, é inevitável. Todavia, mesmo com as visíveis mudanças, o conservadorismo é muito forte na sociedade civil. Nesse modelo tradicional, há o discurso: "respeito, mas não acho normal", o qual perpetua o preconceito e a intolerância às demais representações de família fora do ''convencional''. Prova disso é que frequentemente são noticiados casos de agressões físicas a filhos de casais homoafetivos. Sabe-se que a configuração do mundo atual é marcada pela multiplicidade ideológica e, por isso, conviver com o diferente é fundamental na construção do respeito.       Não obstante, houve uma mudança na postura das mulheres em relação ao casamento. Antes, era arranjado, ou, segundo o filósofo Engels, por conveniência; hoje, com a independência financeira e a realização profissional, a mulher deixou de se submeter a relacionamentos infelizes, o que aumentou o número de divórcios, nos últimos anos. Isso reflete nos filhos, os quais estão envolvidos nesse processo, e na guarda deles. Nesse caso, a responsabilidade civil e jurídica, muitas vezes, passa a ser compartilhada entre os pais. Estes, por sua vez, resolvem a falta de tempo para afeições, devido ao trabalho, dando aos filhos tudo o que desejam, uma vez que, consumindo, a prole está com os afetos preenchidos. Porém, a longo prazo, isso afeta as crianças gravemente, visto que elas terão uma perspectiva errônea do conceito de família.   Destarte, ainda há muitos desafios a serem superados pela família contemporânea e pela sua representatividade. Para alcançar o progresso, então, a escola deve ser usada como instrumento para promover diálogos sobre todos os tipos de instituição familiar, de modo que naturalize essa nova configuração no âmbito social. Também é mister que o Estado repreenda, por meio da criminalização do preconceito, os casos de intolerância aos casais homoafetivos e aos seus filhos adotivos. Ademais, o governo deve, em parceria com a EBC(Empresa Brasil de Comunicação), fazer campanhas midiáticas que sejam inclusivas e demonstrem a realidade da família brasileira: a multiplicidade. Assim, o respeito e a equidade serão atingidos.