Enviada em: 02/09/2017

A família é uma das instituições primordiais da humanidade. De acordo com o Estatuto da Família, essa é definida pela união estável entre um homem e uma mulher, mas, atualmente, esse modelo não é o único existente na sociedade e, portanto, retira direitos, como a adoção, de outras configurações familiares.                     Em primeira análise, a antiga estrutura, composta por duas pessoas de sexos opostos, foi modificada, propiciando, assim, visibilidade a novos arranjos constituídos de afeto. Pesquisas do IBGE apontam para um aumento de 30% no número de casais homoafetivos com intenção de adoção. Essas pessoas, entretanto, deparam-se com um cenário de obstáculos e impedimentos para a obtenção de seus direitos, pois encontram resistências políticas, já que para a sociedade é pouco provável criar um indivíduo com condutas morais, se esse proveio de um casal homossexual.    Além da questão legal, o preconceito também é uma barreira para a formação de lares homoafetivos saudáveis. Uma criança que frequenta uma determinada instituição de ensino e ouve todos os dias que família é pai e mãe, ela se isola e não se sente como pertencente de uma família, caso a sua seja diferente da do acostumado. A sociedade, como um todo, é muito pragmática e só aceita aquilo que é convencional, atropelando direitos civis e pensamentos divergentes.     O conceito familiar mudou, no entanto, a mentalidade humana não. É preciso, então, desmistificar a concepção de família como uma relação apenas entre seres de sexos distintos. Cabe aos deputados federais a reformulação do projeto de lei nº 6583/2013, para que atenda às necessidades de todos os tipos de família, sem segregação de gênero. É dever da escola que se ensine o respeito às demais configurações familiares por meio de palestras, teatros e depoimentos. E, por fim, Chico Buarque dizia: "As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem", é imprescindível que os indivíduos saibam se respeitar mutuamente e que compreendam que mudanças são necessárias e naturais para a evolução da humanidade.