Enviada em: 02/09/2017

“Os amigos são a família que nós permitiram escolher,“ a frase de Shakespeare reflete as concepções sócias de seu tempo. Entretanto, hoje o indivíduo contemporâneo tem autonomia para escolher além dos amigos, sua família. Apesar dessa liberdade, a intolerância e o exagerado apego aos modelos tradicionais, de alguns, ainda são os reais responsáveis por cenários de grandes tragédias.    Por isso, em primeiro lugar, é necessário reconhecer a fase de difícil transição, de valores morais, em que se encontra a sociedade. Que assim como há tempos, restringia o papel da mulher na família a concepções patriarcalistas, atualmente tenta limitar a inclusão de famílias que se afastam dos antigos modelos, como é o caso dos casais homossexuais. Todavia, assim como, nessa questão, a mulher vem alcançando maior equidade, o quadro de preconceito sobre esses novos arranjos familiares tende e já vem avançando, no caminho a aceitação.    Ademais, apesar disso, por trás de discriminações naturalizadas, se oculta á rejeição, que oferece suporte á violência frequentemente presenciada nos noticiários. Há quem diga, no entanto, que essa violência é unicamente praticada por isolados grupos de marginalizados. Esses parecem se esquecer de casos como o ocorrido em uma escola de São Paulo, que resultou na morte de uma criança de 14 anos, filha de um casal homossexual. Os adolescentes que a agrediram são o reflexo dessa sociedade que naturaliza o preconceito.    Por conseguinte, para que a família contemporânea represente mais que uma tradicional instituição, cabe à mídia e a escola, promover campanhas capazes de persuadir os indivíduos, através de novelas, palestras, e rodas de conversas mensais, resultando na reflexão, e na discussão do assunto. Quanto as ONGS, fica o papel de pressionar o governo a enfrentar o problema, punindo devidamente os que ameaçarem o bem estar de outros, simplesmente por suas escolhas pessoais. Talvez assim, será possível entender que família não é tudo igual, o que muda é mais que o endereço.