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Enviada em: 11/09/2017

Ao contrário da visão positivista de Durkheim, Weber defende que os processos e fenômenos sociais são dinâmicos e mutáveis, os quais necessitam ser interpretados para que se extraia deles o seu sentido. Nessa lógica, pode-se afirmar que a questão do conceito de família no século 21 exige uma discussão mais ampla sobre a volatilidade do conceito em função do tempo e como ideias conservadoras são incoerentes e prejudiciais à sociedade.       A priori, é fundamental pontuar que, apesar de atualmente ser muito difundida, a ideia de família tradicional como a única possível é extremamente nova. Nesse contexto, é um fato que, no início das formações sociais, geralmente a família era constituída por um grupo sob as ordens de um patriarca. Essa configuração mudou diversas vezes, indo desde o Direito Romano, o qual instituiu o casamento insolúvel, aos casamentos forçados por interesses. Vê-se com isso, que o afeto é o maior motivador para a união na atualidade, e esta não se restringe ao padrão heteronormativo, urgindo, assim, pela compreensão de que excluir direitos a diversos arranjos de família é um retrocesso.       Outra questão relevante, nessa discussão, é a ideia de que o conceito católico de família, adaptada do Direito Romano, é característica do espectro social que possui maior potencial de mudança, como deputados, presidentes e classes de maior poder aquisitivo. Em vista disso, ações como a do ex-presidente  da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, de tentar acelerar o projeto que visa reconhecer a família como sendo a união de um homem e uma mulher não são democráticas, visto que representam apenas parcela da população que tem poder efetivo de fala. Como resultado, diferentes conjuntos familiares sofrem diariamente agressões e são oprimidos por uma classe dominante, necessitando maior representatividade.       Torna-se evidente, portanto, que pouco resta de tradicional na família tradicional brasileira, e mesmo que hipócrita, o poder se concentra na mão dela. Nesse sentido, a princípio, o Ministério da Educação deve proporcionar materiais que informem a evolução do conceito de família e a necessidade de progredir para um conceito de maior abrangência, a fim de educar o futuro da nação. Além disso, é imprescindível que a população mais afetada como gays, trans, mães solteiras e outros exemplos fora do padrão, exijam e votem por maior representatividade em cargos de importância, para que não aja mais opressão. Em síntese, materializando tais medidas, espera-se que, assim como proposto por Weber, o entendimento do fenômeno guie o conjunto social para um futuro menos exclusivo.