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Enviada em: 11/09/2017

Os grupos familiares mudaram e suas configurações se multiplicaram. Atualmente, duas mães, dois pais, meio-irmão, enteados, filhos legítimos e adotivos são alguns dos possíveis arranjos das famílias. Porém, apesar dessas configurações já terem avançado bastante e possuirem alguns direitos garantidos, é inegável que essa discussão não está nem perto do fim. Afinal, essas novas famílias precisam ser legitimadas e reconhecidas como todas as outras.       Em primeiro lugar, o conservadorismo mantém-se latente na sociedade civil. Prova disso está no projeto denominado "Estatuto da Família", que ressurgiu através da Câmara dos Deputados, legitimando apenas a união entre homem e mulher. Além disso, uma enquete no portal da Câmara mostrou que 53% das pessoas concordam com tal definição. Isso significa que, embora muito se tenha conquistado, para uma grande parcela da população a família brasileira é representada pelo modelo tradicional.     Logo, essa visão engessada do modelo familiar colabora com o crescimento da intolerância. A violência física e verbal contra LGBTs se faz presente em diversos noticiários e o medo de adotar é uma das inúmeras consequências. Ademais, crianças pertencentes à famílias "não convencionais" naturalizam o preconceito que sofrem. Dessa maneira, o modelo tido como o tradicional é privilegiado em detrimento dos outros.     Portanto, é inegável que há muito o que avançar em relação à representatividade da instituição familiar. Para que essas famílias sejam reconhecidas e respeitadas, o debate deve ser promovido em diversos contextos sociais. A escola, enquanto instituição socializadora, é responsável por naturalizar essas novas configurações e promover a integração. O governo, por sua vez, precisa criar meios eficazes de punição aos casos de intolerância pois seu dever é proteger as famílias e não legislar sobre seu conceito. Assim, o núcleo familiar será melhor representado e respeitado.