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Enviada em: 13/10/2017

A família é o alicerce no processo de construção do indivíduo, sendo o seu primeiro espaço de interação social, configurando-se fundamental no desenvolvimento do ser. Ela é um fenômeno social presente em todas as sociedades atuando como moderadora de padrões, modelos e influências. Esse fenômeno é carregado de uma visão arcaica que limita o conceito de família e que impede o reconhecimento de alguns grupos como parte dessa organização.       Essa concepção antiquada de família, concepção essa que reconhece a unidade familiar como aquela formada por meio do casamento civil ou religioso, união estável ou comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes, provém de uma construção social muito ligada à religião e ao tradicionalismo, mas essa configuração familiar já não consegue atender ao mundo moderno. A estrutura familiar passou por várias mutações ao longo do tempo, essas mudanças ocorreram por inúmeros fatores, como a inserção da mulher no mercado de trabalho, a maior aceitação do divórcio, os movimentos liberais que garantiram mais espaços aos homossexuais, dentre tantos outros fatores que possibilitaram essas mudanças. Todas essas mudanças permitiram uma maior dinamicidade às configurações familiares, rompendo com conceitos pré-concebidos.       Não obstante, de acordo com a psicanalista e pedagoga Cristina Silva, as crianças conseguem rapidamente aceitar as composições familiares diferentes das dela, e compreende que o fato mais relevante é o amor envolvido no núcleo, já que as dificuldades enfrentadas pelas crianças de diferentes famílias são parecidas.        O principal desafio é reconhecer a legitimidade dessas novas estruturas familiares, que precisam de oficialização para terem seus direitos judiciários, previdenciários, entre outros garantidos. O Estado tem o dever de incluir esses novos tipos de famílias na Constituição, regularizando-os e assim garantindo seus direitos. O MEC deve atuar juntos as escolas, afim de que essas novas estruturas familiares sejam abordadas, promovendo debates abertos com intuito de aumentar a percepção do significado de família. É preciso também que o poder público atue junto à mídia na disseminação de campanhas publicitárias que visem definir como um meio afetivo que independe de suas variedades.