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Enviada em: 03/10/2017

"Nenhuma pessoa é uma ilha isolada, cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra". Neste fragmento, o poeta inglês John Donne ilustra o homem como um ser social, que precisa interagir com outros seres humanos. Esse primeiro contato reluz na figura familiar, um conceito não universal e mutável com o passar o tempo, mas que ainda está sob retaliação. Reverter tal quadro é substancial na aceitação ao pluralismo brasileiro.    É válido ressaltar, a priori, as transformações sociais e econômicas que acarretaram nessas novas formações afetivas. Na Grécia Antiga, a mulher "servia" somente para reproduzir e o amor era reservado ao homem; no Oriente Médio, o sultão poderia ter várias esposas. Ao se olhar para o hoje, ao passo que o desenvolvimento acompanha essas mudanças sociais, a industrialização, a economia e a urbanização são as principais influências para a construção de um modelo fora dos padrões - de domicílio unipessoal, como o de Brás Cubas, até a formação do "mosaico" de pais divorciados.     Além disso, arguir sobre a família contemporânea é falar sobre a diversificação e pluralismo do país, sobretudo a homoafetividade. O velho conceito de "papai, mamãe e titia" ficou nos domínios do passado, dando abertura ao real significado do termo, que ultrapassa qualquer tipo de opção sexual ou questão sanguínea, mas baseia-se no zelo. Assim, o Estatuto da Família surge como um retrocesso em relação à Constituição de 1988 e segregação aos 60 mil lares(fonte IBGE) que não se encaixam no padrão heteronormativo.      Depreende-se, portanto, a necessidade de reconhecer todas as modalidades de família nas instâncias sociais. Para tal, recai na postura do poder Legislativo a anulação do Estatuto da Família,  ou reformulação, de forma que inclua todos os relacionamentos afetivos, afim de retirar esses lares da marginalização. Outrossim, soa como imprescindível a atuação do discurso televisivo, ao exibir novelas, filmes, programas que abordem essas diversas configurações, baseando-se na quebra de tabus efetiva, Ademais, as instituições de ensino podem aderir ao calendário escolar de atividades datas para comemorar o Dia da Família, de maneira a incluir os menores que não participam do dia das mães ou pais.