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Enviada em: 09/10/2017

No início da colonização brasileira, como mostra o filme Desmundo, órfãs portuguesas eram enviadas ao Brasil para se casarem com os colonizadores que aqui viviam. A partir desses relacionamentos, a estrutura patriarcal começou a se enraizar nessa nação ainda em formação. Entretanto, para que o ipê amarelo possa chegar à maturidade e florescer, os novos tipos de família devem ser respeitados por toda a sociedade.   Em primeiro plano, o preconceito de grande parte da sociedade é um empecilho à democratização do conceito de família. Nesse sentido, um princípio fundamental da cidadania é o respeito a diversidade. Então, famílias monoparentais ou homoafetivas ter os mesmo direitos das tradicionais. Prova desse desrespeito é o Estatuto da Família, projeto em trâmite na câmara, que tipifica esse conceito apenas para uniões entre homem e mulher, ignorando o principio de isonomia expresso na Constituição de 88.  Cabe ressaltar, também, a manutenção da hegemonia do patriarcado dificulta a aceitação das novas famílias por parte da sociedade. Nessa perspectiva, a mulher ainda é vista como submissa ao homem e à estrutura familiar tradicional. Entretanto, devido ao aumento do número de divórcios, o número de mulheres solteiras com proles tem aumentado. Para Durkheim, essa situação se caracteriza como uma anomia, visto que ela não se adéqua ao fato social, que é o patriarcado. Então, muitas famílias monoparentais femininas são estigmatizadas como desfuncionais, visto que não há a figura masculina controladora.   Torna-se evidente, portanto, que o povo brasileiro precisa aprender a conviver com os diferentes tipos de famílias contemporâneas. Para que isso ocorra, medidas são necessárias. Nesse sentido, o Ministério da Educação, junto com a mídia, deve promover ficções engajadas, que sejam veiculadas nos meios de comunicação de massa, a fim de mostrar a realidade nada desfuncional das famílias contemporâneas. Além disso, as prefeituras devem instituir em suas dependências palestras sobre empoderamento feminino e igualdade de gênero, com a finalidade de desconstruir a noção patriarcal hegemônica sobre as novas famílias. Apenas assim, o Brasil poderá superar o legado infame plantado na colonização e cultivado ao longo da história.