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Enviada em: 13/10/2017

Duas mães, dois pais, meio irmão, enteados, filhos legítimos e adotivos. Esses são só alguns arranjos que configuram a família contemporânea. Os tempos de só ‘’mamãe, papai, titia’’ parecem ter ficado na letra dos Titãs. Entretanto, ainda há muito que se discutir para que, de fato, essa nova configuração seja reconhecida e retrate a nova instituição familiar brasileira.   Apesar das visíveis mudanças, o conservadorismo ainda é latente na sociedade civil. Por trás do famoso discursos “respeito, mas não apoio”, perpetua-se o preconceito, Recentemente, a câmara dos deputados ressuscitou um polêmico projeto denominado: Estatuto da família, que legitima apenas a união entre homens e mulheres. Uma enquete do portal da câmara mostrou que 53% das pessoas concordaram com essa definição.  Embora muito já se tenha conquistado, para uma parcela representativa da população, o modelo “tradicional” é o que representa a família brasileira. Essa visão canalizada do modelo familiar colabora com o crescimento da intolerância. Crianças que tem famílias fora do “convencional” costumam sofrer com o preconceito. Frequentemente, são noticiados casos de agressões a filhos de casais gays. A história mais recente teve um final trágico: a morte de um menino de 14 anos, filho adotivo de um casal homo afetivo. Os adolescentes que agrediram são reflexos de uma sociedade que ainda não aceita o diferente e que acha que o preconceito é questão de opinião.  Por tudo isso, fica claro que ainda há muito que avançar nas discussões sobre a representatividade da instituição familiar. A luta é pedagógica. Por isso, o debate precisa se estender aos mais variados ambientes sociais. A escola enquanto instituição socializadora, é responsável por neutralizar essa nova face, promovendo o respeito e a integração. O governo, por sua vez, precisa criar meios eficazes de punição aos casos de intolerância. Somente assim, construir-se-á um Brasil mais complacente.