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Enviada em: 16/10/2017

Segundo o filósofo austríaco Zweig, o Brasil é o país do futuro. Entretanto, quando se observa a aceitação do novo conceito de família proveniente do século XXI, percebe-se que a profecia não saiu da teoria. Diante disso, tornam-se passíveis de discussão os desafios enfrentados, hoje, no que se refere à questão da desvalorização da família, principalmente em relação ao preconceito e à insegurança.   De acordo com a Sociologia, a família não se perdeu ao longo do tempo, apenas transformou-se. Desse modo, ela deixou de ser, majoritariamente, patriarcal, como na Idade Média, onde o homem era considerado o chefe familiar, para ser um grupo de pessoas unidas por laços afetivos. Tal transição, mesmo que tenha sido um avanço para a sociedade em geral, ainda não é aceita por muitos, os quais impedem o pleno exercício da cidadania, essencialmente em relação às famílias homossexuais, seja pela ignorância, seja pela violência. Diante de tal fato, o poder Legislativo equipara os casais de mesmo aos de sexos opostos através da relação estável, mesmo que o Estatuto da família considere apenas a família tradicional.   Paralelamente, as novas categorias familiares surgidas em consonância com as inovações da sociedade pós-contemporânea sentem-se desprotegidas pelo Estado, já que muitos casos de crimes de ódio, os quais são motivados pelo preconceito, ainda seguem na impunidade, ainda que tal preconceito seja inafiançável pela Constituição de 1988. Nesse sentido, o caso de Peterson Ricardo,por exemplo, é inaceitável, já que o garoto foi espancado até a morte por ter um pai homossexual.  Porém, grande parte da população não denuncia tais atos, já que o medo de que tal violência seja reincidente ocasiona a omissão dos casos. Portanto, é notório que as medidas existentes são ineficientes, gerando consequências para o cidadão, pois impede o direito de expressar sua afetividade, presente no quinto artigo da Constituição.   Em suma, a realidade vigente no país é desfavorável aos direitos dos cidadãos, além de desvalorizarem os atuais modelos de famílias. Logo, o Ministério da educação deve veicular campanhas contra o desrespeito para com as novas relações sociais nas mídias televisivas, por exemplo, além de promover debates e palestras nas escolas sobre tal injúria, a qual também poderia ser retratada na Redação do Enem, já que tal debate alcançaria todo o território nacional, minimizando tal situação. Também é necessário que a população, segundo o pensamento aristotélico, o qual apregoa que o primeiro passo para mudar o mundo é mudar a si mesmo, organize passeatas contra tais violências e, acima de tudo, denuncie, pois a falta da denúncia gera a impunidade.