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Enviada em: 18/10/2017

Indubitavelmente a família exerce a função mediadora entre o indivíduo e a sociedade. Assim sendo, a composição do tecido social requer a necessidade de pessoas dotadas de bem-estar físico e psicológico. Nesse sentido os novos modelos de famílias onde há a possibilidade das ausências da mulher para a maternidade e a do homem para a paternidade, faz-se necessário avaliar criteriosamente as consequências disso para o desenvolvimento social e cognitivo das crianças.      Ao contrário da concepção patriarcal em que o pai é um ser autoritário e provedor de todas as necessidades domésticas; a presença masculina no lar é de supra importância para o amadurecimento infantil. Com base em uma revisão literária de um artigo publicado na Revista Brasileira de Psicoterapia – na qual avaliou diversos trabalhos sobre a paternidade participativa -, verificou-se que 72% dos adolescentes americanos envolvidos em assassinatos não tiveram o acompanhamento efetivo de seus pais. Outro dado revelou que 51% dos internos da Fundação Casa, do estado de São Paulo, não contaram com a afetividade paternal em suas histórias de vida. Destarte, diante de tais evidências, fica patente que a educação oriunda do pai é um elemento relevante na formação social da criança.                   Outrossim, ainda sobre o desenvolvimento humano nas suas multiplicidades, os cuidados maternais ocupam uma função primordial na saúde física e psíquica do indivíduo. Para respaldar essa tese, cita-se o ato da amamentação realizado exclusivamente pelas mulheres que, cientificamente, apontam benefícios nas ordens afetiva e imunológica. Além disso, os estudos da psiquiatra Joan Luby, da Faculdade de Medicina de Washington, constataram que a presença efetiva da mãe propicia o crescimento de uma determinada área do cérebro – hipocampo – responsável pelo processo de aprendizagem da criança. Diante disso, torna-se evidente que a maternidade é determinante para o bem-estar do indivíduo ao longo de sua existência.      Dessa forma, os novos modelos familiares devem ser avaliados à luz da ciência e não pela obscuridade dos preconceitos. Para isso, o Ministérios da Saúde deve formar grupos acadêmicos para verificar os impactos desses arranjos sociais sobre a educação das crianças. Com isso, o resultado dessa iniciativa confirmará se tais modelos podem cumprir o papel da família tradicional chancelado por pesquisas empíricas.