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Enviada em: 23/10/2017

A constituição de 1988 trouxe mudanças na definição de família validando relacionamentos a partir da união estável e não somente através do registro civil. Pode-se perceber que o conceito familiar, herdeiro de características medievais como o patriarcalismo, vem sofrendo alterações no últimos anos gerando novas configurações afetivas. Ainda que, estas se distanciem do modelo considerado por grande parte da sociedade tradicional, não devem ser marginalizadas e sim respeitadas.        A sociedade está em constante processo de mudança. A afirmativa feita pelo escrito brasileiro Paulo Coelho pode ser constatada na evolução medicinal que permite a ovulação sem um parceiro sexual. Dessa forma, é possível obter famílias formadas apenas por mãe e filhos que mesmo não sendo o padrão "tradicional" é considerada uma união familiar. O dicionário Houaiss define como família o relacionamento entre indivíduos através de ligações afetivas de modo que não é necessário definir sexo ou quantidade de conexões para se ter uma família.        Neste contexto, nota-se a intolerância quanto a nova proposta de família ora por desconhecimento do novo ora por preconceito. A tentativa de padronizar as famílias brasileiras no inicio do ano de 2017 mostrou a negligencia do Senado diante da sociedade onde existe 58 mil casais homoafetivos e 2,5 milhões de enteados com lares binucleares. Diante disso, é evidente que colocar as ligações afetivas dentro de um padrão e retroceder no progresso social.       É necessário portanto, medidas que incluam os novos modelos de família e valorizem as diferenças. A elaboração de workshop, palestras e campanhas nas escolas abordando o assunto em questão contribui para o descobrimento do novo e desenvolvimento do tolerância. Aliado a este, a Câmara de Deputados pode contribuir com a elaboração de uma lei que reconheça os novos modelos familiares baseado na sociedade contemporânea substituindo os valores medievais.