Materiais:
Enviada em: 24/10/2017

O Brasil é um país que sempre conteve diversidade familiar. Mães solteiras, avós que cuidaram de netos na ausência dos genitores e pais que adotaram filhos sem laço sanguíneo, as vezes até sem consulta aos métodos legais, são exemplos encontrados há décadas em nosso país. Dito isso, é notável a incoerência do discurso que prega resistência às transformações do conceito do que é família, em uma nação repleta de diferentes modelos familiares.   As motivações tanto para a construção de uma família, como para a firmação do matrimônio, mudaram com o passar do tempo. Se antes o casamento era muitas vezes encorajado por razões econômicas, hoje, o amor é o seu grande estímulo. É possível observar também a redução do número de filhos, que tem por justificativa à crescente urbanização e a entrada feminina no mercado de trabalho, algo que diminuiu a visão de que mulheres tinham como função gerar e cuidar da prole.   Viver em meio às transformações citadas infelizmente não impede que alguns criem julgamentos maldosos sobre membros de famílias que diferem do padrão. Outrora, desquitada era usado como um xingamento para mulheres que passaram por separação, consequentemente os filhos dessas mulheres também eram vítimas do preconceito. Novos formatos de família estão sendo formados, é crescente a quantidade de casais homoafetivos, o que pode gerar obstáculos similares para os membros dessas novas famílias.   É notável o empenho da mídia para estimular a aceitação das diferenças, e isso deve ser cada vez mais reforçado. Simultaneamente, cabe aos cidadãos evitar cometer os erros do passado, e assim, criarem conjuntamente um ambiente de igualdade e respeito para todos. A definição do dicionário Houaiss, que considera família um núcleo formado por pessoas que compartilham laços afetivos, deve ser abraçado como um lema. Valorizar o vínculo amoroso, tanto quanto o vínculo sanguíneo, é o caminho para superar os preconceitos.