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Enviada em: 31/10/2017

No Brasil, início do século XVI, período em que se iniciou a colonização portuguesa, foi possível notar também a introdução do modelo familiar patriarcal - no qual a figura principal é o 'pater', ou seja, o patriarca, chefe da família que administra e gere todos os demais membros da casa. Assim, foi possível ver a adoção de um conceito de família, no qual sua configuração estava atrelada à existência do pai, da mãe e dos filhos. Entretanto, na sociedade hodierna, vê-se que a família não se limita a essa estrutura, pois ela adequou-se com o passar do tempo e incorporou novos formatos.      É incontrovertível que o modelo familiar atual, engloba diversos tipos de família, visto que a sociedade, bem como seus padrões, não consiste em algo inerte, mas é um elemento dinâmico, que muda conforme os indivíduos que a compõem se transformam. Dessa forma, é possível ver que essas alterações afetam o modelo familiar atual, que não se restringe ao conceito patriarcal, mas engloba diversos tipos. Atualmente, é possível observar, por exemplo, a existência de famílias matrimoniais, formadas por casais heterossexuais ou homossexuais, que se uniram em casamento; famílias monoparentais ou anaparentais, que são formadas por um dos pais ou apenas por irmãos; famílias mosaico, que surgem da união de pessoas que se separaram e se casaram novamente, trazendo os filhos do antigo casamento.      É indubitável que diversos são os tipos de família existentes, mas um conceito parece abranger todos eles, o conceito eudemonista- ligado à família marcada pela afetividade. Assim, a família não está relacionada apenas a um modelo, mas engloba a pluralidade das diversas configurações. Afinal, o que é a família, senão um grupo de indivíduos unidos por laços afetivos? Entretanto, há quem acredite que esses novos modelos familiares seriam o prenúncio de um cataclismo social, mas segundo dados do IBGE oriundos do censo de 2010, a formação idealizada de casais com filhos, consiste em apenas 49,9% da população brasileira, ou seja, a maior parte das famílias foge do modelo "tradicional". Então, o estigma de família adequada ou não, deve ser extinto da mente dos indivíduos que compõem a sociedade, pois essa definição torna-se a precursora da discriminação de determinados grupos.      "O preconceito é opinião sem conhecimento", disse Voltaire, filósofo francês. Logo, é perceptível que os diversos modelos de família devem ser conhecidos e considerados. O Governo Federal, em parceria com o Ministério da Educação, deveria investir em um projeto a ser introduzido nas escolas, que visasse a ampla discussão sobre os diversos tipos de família existentes, visto que tal diálogo, permitiria ao próprio participante da discussão enxergar-se nessa pluralidade, sentir-se incluído e também se despir do preconceito relacionado ao desconhecido.