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Enviada em: 24/10/2017

A família é considerada a base da sociedade ocidental, na qual é responsável, porém, não unicamente, pela educação, zelo e construção de princípios sociais das crianças. Contudo, no século XXI, o conceito de família tem se ampliado, gerando significativas discussões no Brasil sobre as interações que estão surgindo. Nesse sentido, não convém negligenciar dois fatores que legitimam os novos núcleos familiares: os comportamentos sociais na contemporaneidade e os vínculos afetivos.    Em primeira análise, cabe pontuar que, com as constantes conquistas de direitos igualitários, a inserção da mulher no mercado de trabalho e o direito constitucional ao divórcio em 1969, no Brasil, o tradicional pensamento patriarcal tem sido atenuado no país. Uma prova disso está na crescente autonomia feminina como chefes de família que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem significativamente aumentado a cada ano devido as separações conjugais e a ausência paterna, muitas vezes, no núcleo familiar. Dessa forma, o reconhecimento dessa estrutura faz com que as crianças provenientes de casais divorciadas e que não possuem vínculos com o pai não se sintam excluídas socialmente de atividades escolares.      Ademais, convém frisar que um dos dicionários brasileiros mais reconhecidos, o Houaiss, alterou o significado de família, enfatizando as relações afetivas e amorosas em detrimento da relação com a orientação sexual. Sob essa óptica, o reconhecimento de tal conceito é um passo significativo para que núcleos homossexuais, monoparentais, de coabitação, binucleares e diversos outros obtenham o reconhecimento legislativo como família. Outro fator importantíssimo a ser considerado, segundo Platão, é que o amor se caracteriza como o desejo de algo que falta, ratificando, assim, o direito do ser humano pós-moderno de escolha, inclusive, como família.      Para reverter esse cenário, portanto, é imprescindível que o Ministério da Educação, em conjunto com as Secretarias de Educação Municipais, possa relativizar datas comemorativas, como dia das mães ou dos pais, promovendo nessas datas comemorativas o dia da família, para que, nas escolas de ensino fundamental e primário, haja maior integração dos inúmeros eixos familiares com a vida escolar das crianças, visando que não ocorra discriminações quando estas não residirem em um núcleo familiar tradicional. Além disso, faz-se de suma importância que o Governo Federal, associado com as emissoras de televisão e rádio, desenvolva peças publicitárias, como propagandas sobre ampliação do conceito de família no século XXI, motivando discussões saudáveis no âmbito familiar e aceitação social às escolhas individuais. Logo, a pátria brasileira, paulatinamente, por caminhos exitosos, poderá consolidar a família como base da nação.