A família, no século XIX, era pautada por questões econômicas – medi- ante os dotes – e religiosas, com a heteronormatividade exigida pela Igreja Católica. Contudo, hoje, no século XXI, aquela instituição assumiu múltiplas formas, o que é benéfico à expressão da diversidade humana e do afeto. Apesar disso, o preconceito continua devido à falta de empatia. Primeiramente, a ressignificação da palavra família, pelo dicionário Houaiss, ao considerar laços afetivos, valida a ideia, de Platão, de que o amor é inerente ao homem, além de abarcar desde o tipo monoparental até o poligâmico. Essa simples ação, formidavelmente, irá promover um aprendizado mais tolerante nos espaços educativos caso os outros livros façam o mesmo. Portanto, ao condizer com a realidade, filhos de casais homossexuais – união legal por jurisprudência – e de mães solteiras, por exemplo, serão mais inclusos na sociedade. Entretanto, a discriminação ainda não será totalmente exclusa de suas vidas, visto que a "cegueira moral" impera no Brasil tanto por falta de informação quanto por fundamentalismo religioso. Tal conceito é definido, por Zygmunt Bauman, como o mal que se expressa na incapacidade de compreender o outro. Exemplo disso é o Estatuto da Família, projeto de lei em trâmite no Congresso, que considera apenas a entidade nuclear, com pai e mãe. Têm-se, então, um retrocesso do Legislativo ocasionado, princi- palmente, pela Bancada Religiosa. Diante disso, para haver respeito à diversidade familiar, é essencial que as escolas, em parceria com o MEC, conscientizem e informem as pessoas, por meio de palestras e materiais didáticos que abordem a normalidade dessas várias formas de amor. Ademais, a sociedade civil e ONGs, como a Human Rights Watch – defensora dos Direitos Humanos – devem criar mecanismos de pressão, mediante militância virtual e presencial que exijam o cumprimento da laicidade do Estado, no Congresso, a fim de reprovar o Estatuto. Assim, será mitigada a cegueira moral.