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Enviada em: 29/10/2017

O conceito de família e sua formação, no Brasil, mudaram-se ao longo das últimas décadas. Essa questão ficou em evidência nos últimos anos, principalmente, quando houve a aprovação da Lei 6583/13, que reconhece essa instituição como sendo o núcleo formado a partir da união entre um homem e uma mulher. Neste sentido, é observado que essa norma representa um retrocesso no respeito à diversidade, sendo necessária a aceitação da queda dessa base patriarcal e à evolução social, que está, permanentemente, em mudança.    Essa aprovação da norma governamental, feita pela Comissão Especial do Estatuto da Família, traz a tona o reflexo do pensamento de uma parte da população com ideias mais tradicionais, que não reconhece como família casais homoafetivos, parentes que cuidam de seus sobrinhos ou netos e até mesmo pais que cuidam sozinho de seus filhos. Dessa forma, esse pensamento é resultado de um processo histórico-cultural que foi enraizado na sociedade brasileira durante décadas e é chamado na sociologia de fato social, quando uma intolerância é perpetuada por gerações.     Sob esse viés, é importante ressaltar a importância das transformações tecnológicas no decorrer da história para o surgimento desses novos modelos parentais. Essas mudanças contribuíram para as novas constituições familiares, traço disso, é a Revolução Industrial que elevou o custo de vida no meio urbano, fazendo com que mulheres também trabalhassem para que ajudassem na constituição de renda, isso, além de outros fatores que o correram ao longo do tempo. Desse modo, com maior independência monetária, atualmente, muitas dessas mulheres são fonte única de sustento para sua família, sendo chamada de mães solteiras, que se encaixam nesse novo modelo de estrutura institucional.     Fica evidente, portanto, que não se pode aceitar um retrocesso nos ganhos que a sociedade já tem. A existência de diversos núcleos parentais é uma realidade e a discriminação deve ser superada. Uma solução viável é a criação de um projeto pelo Ministério da Educação, no qual os responsáveis pelos alunos são convidados a participarem, uma vez por mês, de dinâmicas, workshops e palestras, em que serão debatidos temas como o respeito às diversidades que existem no país e compreensão plena dos novos modelos familiares, incluindo toda a comunidade nesse ideal de mudança cultural. Dessa maneira, em longo prazo, esse fato social será modificado e o respeito será base de uma nação que respeita as mais diversas formas de constituição dessa instituição.