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Enviada em: 30/10/2017

Pai, mãe, filha, filho. Podemos, através de diferentes arranjos desses componentes, formar várias conformações familiares, refletindo a situação da sociedade brasileira atual. Entretanto, indivíduos de pensamentos tradicionalistas, que veem a família dita padrão como a única correta, interferem na harmonia e felicidade dessas novas estruturas familiares, ao proferir palavras e promover atitudes que rebaixam-nas. Nesse âmbito, pode-se inferir que a causa dessa problemática tem origens ideológicas.      É indubitável que o contexto religioso brasileiro influencia esses pensamentos fundamentalistas. Isso se dá porque o Brasil, apesar de ser um país laico, sofre fortes interferências dos ideais do Cristianismo, que é contra àquelas famílias que são incompatíveis com o conceito tradicional daquela instituição. Dessa forma, grande parte dos fiéis seguem essa linha de raciocínio, repudiando esses núcleos familiares que são considerados, erroneamente, pecaminosos.    Não obstante, o problema complexifica-se quando representantes políticos são guiados por tais ideologias cristãs. Isso é evidente quando esses desconsideram essas novas formações familiares para propor e votar projetos de lei e outros textos legais. Por conseguinte, essas famílias têm seus direitos civis, como planos de saúde e pensões, negligenciados por esses atos, que além de serem preconceituosos, são inconstitucionais.    Logo, é evidente que esses pensamentos intolerantes perante os novos conceitos familiares devem ser extintos. Para resolver tal impasse, é pre-ciso que o Poder Legislativo proponha e aprove medidas favoráveis a essas novas formas afetivas, de modo a garantir seus direitos civis, incluí-las no significado legal do Estatuto da Família e protegê-las contra atos agressivos e preconceituosos. Aos religiosos, cabe o entendimento que o respeito deve vir acima das suas doutrinas e adotar um posicionamento de tolerância para com essas novas famílias, fazendo jus à uma paráfrase das palavras de  Voltaire: "Posso não concordar com uma só característica que tenhais, mas defenderei até o fim o seu direito de expressá-las".