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Enviada em: 31/10/2017

Pierre Bourdieu, filósofo francês, define violência simbólica enquanto as opressões moral e psicológica sofridas por um indivíduo ou grupo social. Tal visão dialoga diretamente com a questão acerca do conceito de família e suas reconfigurações na contemporaneidade. Desse modo, em virtude do preconceito frente a minoria LGBTQ e a imposição de expectativas familiares a mulher, percebem-se no Brasil entraves estruturais que precisam ser repensados.     Primeiramente, deve-se pontuar a discriminação sofrida pelo grupo LGBTQ. Nesse sentido, o conceito proposto por Bourdieu é evidenciado quando, por vezes, parcelas da sociedade deslegitimam e abominam a conjuntura familiar e direito a adoção de outros cidadãos, baseando seus julgamentos nas identidades de gênero e orientação sexual desses indivíduos. Dessa forma, essa pressão social é, em larga escala, fator preponderante para perpetuar a violência realizada sobre a individualidade moral dessa minoria, além de subverter o princípio constitucional que garante as suas conjunturas familiares, prejudicando a cidadania de muitos brasileiros.       Ademais, é preciso ressaltar as expectativas inerentes ao papel feminino dentro do corpo social. Simone de Beauvoir, ativista do movimento feminista, propõe que a mulher, historicamente, possui imposições e obrigações a respeito de sua conduta e comportamento dentro da sociedade. Nessa perspectiva, essa visão é, em muitos casos, exposta, sobretudo, pelo paradigma o qual associa a realização pessoal desse grupo ,majoritariamente, ao exercício da maternidade e matrimônio. Dessa maneira, esse seguimento da população,muitas vezes,possui não só suas afirmações profissionais e independência emocional subjugadas, mas também seu planejamento familiar e opção, ou não, por ter filhos passa, por vezes, a ser uma coerção coletiva, ao invés de uma escolha individual.      A nação, portanto, vive um quadro crítico que precisa ser revertido. Logo, é essencial que o Ministério da Educação, junto a redes sociais, como "Facebook" e "Twitter", promova campanhas de esclarecimento em vídeo. Tal ação pode ser feita por meio de ficções engajadas, exposição de ideias e opiniões com especialistas e depoimento de núcleos familiares de composição variada. Desse modo, no intuito de estimular o sentimento de empatia, instaurar o respeito a diversidade e desconstruir tanto o preconceito realizado sobre as conjunturas de grupos LGBTQ, quanto a coerção do meio perante o papel da mulher dentro da sociedade, assim, legitimando essas configurações dentro do conceito de família no Brasil.