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Enviada em: 02/11/2017

A heterogeneidade das famílias é uma realidade evidente no contexto atual. As alterações comportamentais ocorridas ao longo do tempo refletiram na estrutura dos grupos familiares, de modo que aqueles constituídos apenas pelas unidades pai, mãe e filho deixaram de ser a totalidade e foram substituídos pela multiplicidade de gênero e de laços familiares das novas famílias brasileiras. Nesse sentindo, cabe lembrar que apesar das diversas composições que hoje apresenta, a família contemporânea ainda é - de acordo com o sociólogo Émile Durkheim - a Instituição Social responsável pela socialização primária do indivíduo.       Heráclito de Éfeso, filósofo grego pré-socrático, afirmava que a realidade encontra-se em um fluxo perpétuo e a mudança é sua parte fundamental. Em consonância com essa realidade, nota-se que a constituição familiar foi alterada e, sendo assim, a família tradicional – pai, mãe e filhos – passou a dividir espaço com diversas composições. Nesse sentido, além de compreender que as mudanças fazem parte da evolução social, é preciso atentar-se às suas implicações na formação dos indivíduos e, assim como a convenção internacional da ONU dos direitos da infância exige,  atender o interesse superior da criança, necessário à sua eficiente formação para o convívio em sociedade.       Sob esse prisma, ao analisar a teoria do filósofo inglês John Locke, evidencia-se que o indivíduo, ao nascer, é uma tábula rasa – ou seja, uma folha em branco a ser preenchida. Perante esse pensamento empirista, é notória a importância da família na formação dos cidadãos. Um caso relevante que representa a realidade ocorreu após o casal de estilistas italianos Dolce e Gabbana, revelarem a defesa à família tradicional, ocasião que permitiu a seis pessoas, criadas por homossexuais, escreverem uma carta narrando a  experiência de dificuldade que enfrentaram durante suas formações. Dessa maneira, percebe-se que a modernização do conceito de família no século XXI, não depende da dissociação do chamado "conservadorismo"  pelo Congresso Nacional e do que está contido na Carta Magna, mas na observação das lacunas na formação das famílias atuais - sejam elas parentais, anaparentais ou homoafetivas - para que haja o fortalecimento de suas fragilidades, uma vez que elas não conseguem cumprir adequadamente sua função.       Em vista disso, apesar da entidade familiar exprimir a pluralidade das formas de amor, existem problemas para serem debatidos. Assim, é necessário que entidades governamentais, por meio do desenvolvimento de projetos, disponibilizem profissionais - como psicólogos - nos ambientes escolares, para que os alunos desabafem suas experiências no meio familiar e, assim, a sociedade possa discutir eficientemente o que compromete o êxito das famílias contemporâneas.