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Enviada em: 28/03/2018

Não são poucos os fatores envolvidos na discussão acerca do conceito de família no século XXI. Durante muitos anos família foi considerada como núcleo formado a partir da união entre um homem e uma mulher, sendo socialmente aceito esse padrão. No entanto, apesar de todos os avanços sociais e as mudanças drásticas das organizações familiares atualmente, algumas camadas mais tradicionais e conservadoras deslegitimam uniões que fujam do paradigma. Dessa forma, basta observar os casos de preconceito contra casais homossexuais e com mães que cuidam dos filhos sozinhas. Logo, compreender os aspectos que levam a esse cenário é fundamental para alcançar melhorias.     Em primeiro lugar, vale ressaltar que o modelo engessado de família colabora cada vez mais para a ocorrência de atos preconceituosos na sociedade. Com isso, não somente casais homoafetivos, como, também, os membros de suas famílias são vítimas de discriminação cotidianamente. Para ilustrar, é útil o evento que ocorreu em São Paulo, no qual um menino de 14 anos foi espancado na escola em razão de ser filho adotivo de um casal de homens. Desse modo, observamos que o preconceito é passado de geração em geração e torna a busca pela aceitação do diferente um desafio diário.   Ainda nessa questão, é fundamental pontuar que o Novo Código Cívil Brasileiro, instituído em 2003, estabelece como família comunidade formada por qualquer dos pais ou descendentes, ou mãe solteira. Contudo, as mães viúvas, divorciadas e solteiras são alvos de críticas sociais, sendo intituladas, muitas vezes, como incapazes de cuidarem de seus filhos sozinhas, apesar de muitas mulheres serem chefes de família e independentes. Em consequência disso, muitas crianças passam por situações desconfortáveis, sendo vítimas de comentários maldosos em relação à falta de uma figura paterna. Desse jeito, ao invés da opinião pública gerar a inclusão social estimula o preconceito, mostrando que a aceitação social é um longo caminho a se percorrer.    Nesse sentido, ficam evidentes, portanto, os elementos que colaboram para o atual quadro negativo do país. Cabe às Escolas, com naturalidade, promoverem debates entre os alunos através de palestras a respeito dos diferentes núcleos familiares existentes, além de mostrar a necessidade de respeitar, visando estimular a formação de uma consciência inclusiva, enquanto, a família, por sua vez, ensina ao jovem desde cedo a respeitar o próximo, formando cidadãos do bem. É imprescindível, também, que os meios de comunicação, através da internet, principalmente, promovam propagandas que esclareçam para a população que família é qualquer núcleo que ofereça amor e estabilidade à criança, sendo digna de respeito perante a sociedade. Assim, gradativamente, a frase de Mahatma Gandhi fará sentido para as mudanças que almejamos: "O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente".