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Enviada em: 10/04/2018

Família: Papai, mamãe e também titia.  "Uma família não é um grupo de parentes". A máxima do escritor Fernando Pessoa traduz a reorganização mosaico que a formação familiar vem sofrendo nos últimos tempos - cerca de 51,1% dos núcleos de convivência fogem da tradicionalidade de pais e filhos. Ainda assim, a intolerância com esse grupo é latente e deve ser combatida.   De maneira primordial, é mister compreender que o preconceito é real e encontra nos meios jurídicos embasamento e apoio: O projeto da Câmara dos Deputados prevê que o Estatuto só reconhecerá famílias integradas pela união de homem e mulher e seus descendentes, fato que cria suporte para ações discriminatórias contra outras modalidades de núcleos familiares, como por exemplo, de uniões homo-afetivas.  Além disso, os ditos conservadores utilizam do argumento de que não é sadio o convívio de crianças em grupamentos cujos patriarcas sejam homossexuais, visto que, isso avacalharia o desenvolvimento psico cognitivo dos menores. No entanto, essa falácia já foi refutada por psicanalistas e pedagogos, bem como, há comprovação que o convívio com grupos que distam da tradicional família se configura como valioso exercício de tolerância mútua e aceitação da diversidade experienciada no século XXI.   Torna-se visível, portanto, conforme supracitado, que as novas configurações familiares são tão válidas quanto as clássicas, e que se deve levar à população projetos de caráter inclusivo, haja vista que, as novas ordens, ainda que sejam maioria, estão excluídas do Estatuto, tendo seus direitos subjugados. Por conseguinte, incentivos governamentais acompanhados de cartilhas que explicitem os novos arranjos sociais podem comprovar que sua validez se equipara aos núcleos conservadores. Ademais, a representatividade exposta nos grandes veículos midiáticos auxiliará o público na assimilação da   nova composição. Destarte, a família poderá ser, enfim, papai, mamãe e também titia.