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Enviada em: 06/08/2017

A beleza está na raiz da lenda grega sobre a Guerra de Tróia, que teve início em um concurso de beleza entre três deusas, na qual Páris foi o juiz. As três tentaram suborná-lo, porém, venceu Afrodite, que lhe ofereceu a mais linda mortal, Helena, sendo objeto de disputa no conflito com Esparta. Com isso, é possível observar a centralidade da aparência física no imaginário da sociedade, inclusive biologicamente, sendo considerada como mecanismo de reprodução. Porém, a busca incessante pela perfeição e sua supervalorização alcançou níveis preocupantes, afetando indivíduos socio e psicologicamente.         Em princípio, os meios de comunicação em massa é o atual veículo na divulgação e construção dos padrões de beleza. De acordo com Adorno e Horkheimer, quanto mais forte ficam os esteriótipos, mias difícil é para as pessoas mudarem de opinião sobre determinados assuntos. Dessa forma, percebe-se que os modelos de aparência que a sociedade tem são os estipulados exaustivamente pela mídia. Assim, por meio de discursos publicitários e jornalísticos é agregado que para ser belo é necessário possuir certas características e para obtê-lo qualquer sacrifício é válido, resulta-se, então, em pessoas que realizam intervenções perigosas e desnecessárias, em busca de uma perfeição inalcançável, levando-os a complicações de saúde e até a morte.        Por outro lado, a exaltação de certos padrões é uma forma de segregação social. certamente para alcançar o patamar desejado de boa forma, é necessário investir grande tempo e dinheiro, porém, apenas uma parcela da população possui recursos financeiros suficientes. Desse modo, a estética corporal serve como um divisor social, na medida que exclui os que não estão de acordo com os arquétipos, como os preceitos da autora Inês Senna Shaw, que afirma que o belo não pode ser dissociado do poder econômico que os indivíduos ocupam na esfera pública. Então, a beleza torna-se uma nova forma de preconceito, que se estende da procuro por emprego até aos relacionamentos amorosos, prejudicando a interação social dos divergentes.       Logo, a repreensão feita ao que está fora dos esteriótipos cria uma ditadura da beleza, forçando indivíduos a situações extremas pelo corpo ideal. Desse modo, é preciso um diálogo familiar, sobre autoestima, buscando exaltar o natural, desestimulando a insatisfação pessoal. Mas também instituições de ensino devem fornecer palestras e apoio psicológico para alunos, a fim de mudar a mentalidade e tal cultura da perfeição. Dessa forma será possível quebrar os padrões e garantir uma sociedade mais tolerante com o diferente.