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Enviada em: 07/08/2017

No filme "Pequena Miss Sunshine" Olive é convidada para participar de um concurso de beleza em uma cidade longe da sua e percebe que ela não é tão magra e nem tão "glamourosa" quanto as outras meninas, mas, na obra, a grande mensagem transmitida ao público é de que basta ser si mesmo. De volta à realidade, nem todos os indivíduos adotam esse pensamento no século XXI, visto que o olhar narcisista se tornou predominante e o culto aos padrões corporais de beleza é cada vez mais reproduzido. Assim, por meio do enfraquecimento das relações pessoais e da expansão da indústria da beleza apoiada pelos meios midiáticos, no Brasil, diversas consequências negativas relacionadas à saúde, principalmente, se propagam a partir disso. De maneira análoga à Antiguidade Clássica e ao Renascimento, os indivíduos estão, progressivamente, mais empenhados em alcançar os padrões corporais de beleza. Em tempos de modernidade líquida, segundo o sociólogo Bauman, o homem passa a seguir códigos de conduta impostos e a cultuá-los em vez de valorizar a própria individualidade, dessa forma, esse é o contexto brasileiro no que diz respeito à beleza e ao corpo, já que a mídia e as indústrias da moda e dos cosméticos, por exemplo, almejam o lucro e impõem por meio de figuras públicas e de grande influência certos modismos. Seguindo essa alienação estipulada, as pessoas deixam de refletir sobre o assunto e se veem fissuradas por cirurgias plásticas, produtos e tratamentos desnecessários. Como consequência disso, além de surgirem diversos transtornos de saúde como a bulimia, a anorexia e a vigorexia, por exemplo, também ocorrem elevados gastos com tratamentos estéticos milagrosos e cirurgias plásticas arriscadas que, em diversos casos, tiram a vida de homens e mulheres em virtude da coercitividade da sociedade a respeito da busca pela perfeição. Ademais, essa situação leva as pessoas a desmerecerem a beleza interior, composta pelas qualidades, pelo caráter e pelas relações afetivas com os demais, em detrimento da preocupação exacerbada com a aparência física, que, na verdade, é apenas um acessório e não o mais importante. É evidente, portanto, a necessidade de medidas que mitiguem o impasse. Cabe à família, por ser um forte meio de socialização do indivíduo, orientar os jovens sobre os riscos e as consequências negativas do culto excessivo à padronização corporal e os instigarem a conquistarem uma reflexão sobre o assunto e não a, apenas, absorverem ideias persuasivas. Cabe aos órgãos relacionados à saúde, bem como aos médicos, nutricionistas e psicólogos, por sua vez, uma ação conjunta que promova campanhas à respeito da temática e que ofereça ajuda e informação à população sobre o assunto, posto que é um caso de saúde pública que interfere na vida de todos.