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Enviada em: 08/08/2017

Ao descortinar o século XX, a contemporaneidade, marcada pelo advento do viés globalizado no Brasil, permitiu a ascensão dos meios de comunicação de massa e da manipulação com a imposição de ideologias dominantes e de parâmetros comportamentais e estéticos. Nessa conjuntura, o culto e o anseio obsessivo aos padrões de beleza criam obstáculos para a qualidade de vida, configurando um problema social no país.                   Em primeira análise, é válido ressaltar os reflexos da padronização corporal na sociedade. A essa respeito, relaciona-se a emblemática exclusão dos indivíduos esteticamente fora dos padrões. Em corolário, desencadeiam-se transtornos alimentares compulsivos, frustração, estresse alimentar, além da adoção de dietas rígidas e radicais e a prática incessante de exercícios físicos. Isso constata-se principalmente entre as mulheres, sendo que mais da metade consideram o padrão corporal inerente ao sucesso pessoal.                   Na esteira do processo de manutenção dos padrões, alude-se à atuação determinante dos meios de comunicação na modelação de comportamentos. Isso porque, como disse o filósofo Rousseau, o homem nasce livre e por toda parte encontra-se acorrentado e, alinhando-se a isso, Adorno, sociólogo que estudou a Indústria Cultural, afirma que a mídia cria estereótipos que tiram a liberdade de pensamento dos indivíduos, forçando imagens errôneas. Destarte, a idealização do corpo ideal promovida em novelas, revistas e internet, como exemplos, sustentam a utópica premência de inclusão aos parâmetros de beleza, sacrificando, desse modo, a saúde e o bem-estar individual.                    Torna-se evidente, portanto, os problemas relacionados ao culto à padronização corporal no Brasil. Sendo assim, é primordial que as responsabilidades sejam compartilhadas entre os segmentos do Poder Público, as escolas e as ferramentas midiáticas. O Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Saúde, deve propor o suporte multiprofissional envolvendo psicólogos, nutricionistas e pedagogos com a realização de palestras especializadas nas escolas e em ambientes públicos, ressaltando a individualidade e o senso crítico. Em adição a isso, as escolas precisam trabalhar, por meio de debates críticos em salas de aulas, a mudança de comportamentos e o rompimento com os padrões e com o senso comum. Como complemento, o governo deve distribuir cartilhas e impor propagandas publicitárias na mídia, com o engajamento ficcional para a ruptura da manipulação comportamental. A articulação dessa pluralidade é impreterível para a elevação da qualidade de vida.