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Enviada em: 16/08/2017

Segundo Durkheim, as pessoas são moldadas pelo comportamento da sociedade, ocorrendo a passagem de diversos valores morais, havendo, dentre estes, um perigo à saúde dos brasileiros: o excesso de preocupação com a aparência. Somente em São Paulo, a secretaria de Saúde indicou que 77% das jovens estão propensas a ter um distúrbio alimentar. Haja vista a alta influência da mídia na padronização corporal brasileira, os jovens buscam esses esteriótipos, prejudicando suas saúdes.      Mormente, o preconceito corrobora com os problemas de saúde e autoestima que afetam a população. A crença de que estar acima do peso implica, necessariamente, em baixa vitalidade é errônea, uma vez que a massa corpórea não indica a porcentagem de gordura no sangue, responsável por enfermidades cardíacas, por exemplo. Não obstante, a questão racial é outro problema da ditadura estética. Embora a população preta e parda constitua maioria no Brasil, não é representada pelos veículos de comunicação, uma vez que, ao ser historicamente marginalizada, foi excluída dos padrões, não possuindo, para a sociedade segregacionista, beleza. Exemplos são frases como "cabelo ruim", se referindo ao cabelo crespo, com origem africana. Portanto, pré-concepções socialmente disseminadas criam analogias prejudiciais à autoestima daqueles que não se adequam aos padrões estipulados, corroborando para a busca por métodos perigosos para ser aceito perante o corpo social.      Ademais, vale ressaltar que a busca em seguir padrões é biologicamente explicada. Por sermos primatas, apresentamos hierarquias sociais, onde o objetivo é estar no topo, seguindo os arquétipos dominantes. Com o advento da mídia, esta passou a ditar, através da comunicação em massa, os padrões. Em decorrência da busca pela "perfeição", a medicina tornou essa busca acessível e perigosa. Cirurgias para mudar o corpo, dietas com deficiência calórica, uso de anabolizantes para ter músculos, distúrbios alimentares, como bulimia, onde a pessoa se obriga a regurgitar o que come, e anorexia, na qual a pessoa não se alimenta, são consequências de verdadeiras ditaduras da beleza. Desse modo, é inegável a responsabilidade da mídia sobre os fatos.     Destarte, infere-se a importância da atuação coletiva para romper com os diversos perigos que o culto à padronização corporal vem a trazer. Portanto, o Ministério da Saúde deve agir com campanhas, conscientizando as pessoas sobre falas preconceituosas, como "é linda, mas é gorda". Outrossim, com o fito de acabar com os esteriótipos de beleza, a mídia deve mudar seu comportamento, diversificando seu meio. Por fim, as escolas devem incentivar a aceitação do próprio corpo dos jovens e informar das consequências de distúrbios alimentares, como câncer estomacal, que a bulimia pode acarretar, diminuindo a incidência de destes. Desse modo, seremos todos mais do que um padrão.