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Enviada em: 02/09/2017

Ao longo da história da humanidade, padrões de beleza foram instaurados à semelhança das classes detentoras de domínio cultural. Dessa forma, Rafael de Sanzio, representante desse setor, o fez em sua pintura renascentista, A Vênus de Milo, em que espelha o padrão corporal aceitável daquele período. Atualmente, tal fenômeno é observado também no Brasil, a procura excessiva pelo enquadramento estético, muitas vezes, pode afetar a saúde mental e psicológica do indivíduo, em sua busca por aceitação social.       Frequentemente as pessoas que destoam do padrão estético vigente são segregadas pela sociedade. Eugênia, personagem do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, termina como indigente, pois fora rejeitada pelo protagonista devido à sua condição de "coxa", o que para o aristocrata, casar-se com a mesma representaria vergonha. Assim, o bombardeamento diário de propagandas que disseminam o "padrão corporal" acaba influenciando a sociedade a punir moralmente o desviante.       Em uma abordagem mais profunda, pode-se dizer que a indústria da moda é um dos principais agentes que buscam padronizar a beleza e o corpo. O sociólogo alemão Theodor Adorno, analisa por meio de sua teoria da Indústria Cultural, que através da propaganda é possível alienar e impor ideologia aos indivíduos, o que faz desconsiderar as diferenças e força, mormente, a padronização.       Por conseguinte, o combate à esse fenômeno é necessário. Em decorrência disso, cabe ao Estado detalhar as leis que regulam a propaganda no Brasil através do CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária). Ademais, o terceiro setor é visto como alternativa de conscientização da sociedade civil, pois através de palestras que visem essa discussão, a médio e longo prazo, será possível identificar uma sociedade que busca por menos homogeneidade.