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Enviada em: 10/08/2017

Segundo a filosofia socrática, o conceito do que é belo é relativo, ou seja, está relacionado à parâmetros pessoais e individuais. No Brasil, muito se tem discutido sobre a busca pelo corpo ideal, nesse contexto, questões como distúrbios psicológicos e físicos fazem-se presentes. Dessa forma, torna-se imprescindível discutir a influência dos meios midiáticos no ideário social, bem como as consequências dessa influência.       Incontestavelmente, a mídia digital e televisiva possuem grande poder de disseminar informações e influências. Nesse sentido, se por um lado são meios necessários à formação crítica e intelectual da sociedade, por outro, assumem funções de padronização cultural, como no caso da definição do ideal corpóreo. Como prova dessa imposição pode-se analisar filmes, novelas e comerciais, programas esses que associam felicidade, popularidade e sucesso a padrões, por exemplo: peso, musculatura, vestes, penteados. Desse modo, o telespectador sente-se obrigado a se inserir naquilo que lhe é mostrado como ideal, até o momento em que um novo aspecto será convencionado e um novo ciclo de busca por identificação e pertencimento recomeçará.       Uma das consequências dos fatos supracitados é o desenvolvimento de doenças psiquiátricas relacionadas à distúrbios alimentares, como bulimia e anorexia. Conforme pesquisa realizada pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, cerca de 77% das adolescentes apresentam tendência a desenvolver transtornos alimentares. Ou seja, a busca pelo ideal de corpo perfeito disseminado na sociedade reflete, diretamente, na saúde física e mental da população. Sendo assim, percebe-se que o culto pela padronização da beleza não é somente um fenômeno social, mas também patológico, uma vez que há o desenvolvimento de doenças físicas e mentais derivadas da não identificação social.       Diante desse contexto, conclui-se que a aspiração pelo perfeito é um fator de preocupação social, já que trata-se de um fenômeno psicopatológico. Portando, cabe ao Ministério da Educação, em consonância com as Secretarias de Educação Municipais implementar na grade curricular dos ensinos fundamental e médio duas aulas semanais com psicólogos, de modo que o aluno saiba ser crítico em relação aos conteúdos veiculados pela mídia, bem como compreenda que a beleza deve ser algo relativo à própria opinião, mas não algo massificado pelos meios de comunicação. Ademais, cabe ao Ministério da Saúde, junto das Secretárias de Saúde Municipais desenvolver programas no Sistema Único de Saúde (SUS) para cuidar daquelas pessoas que sofrem de anorexia e bulimia, de forma que haja acompanhamento psiquiátrico e nutricional, podendo haver visitas mensais, com os agentes de saúde, nas residências após o término do tratamento, garantindo a completa recuperação do paciente.