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Enviada em: 20/08/2017

Quando Manuel Bandeira compôs o poema 'Os sapos', foi capaz de criticar a postura parnasiana de construção poética ao culto à forma, por preterir o conteúdo artístico em prol da estética.Esse comportamento perpetua-se nos tutoriais sobre dietas radicais e até em algumas intervenções cirúrgicas, ilustrando, de modo latente, a realidade preocupante da sociedade moderna:a busca incessante pelo corpo perfeito, enquanto a formação de princípios e valores assume posições sociais irrelevantes. Desse modo, nota-se que a veneração ao corpo é um problema grave,por ser vista,muitas vezes,como a razão para se viver.    Em primeira análise, cabe pontuar que a exacerbação ao culto ao corpo reflete em grande maioria aos adolescentes a sofrem de doenças psicossociais. Comprava-se isso por meio de uma pesquisa feita pela Secretária do Estado de São Paulo que 77% dos jovens têm propensão a desenvolver distúrbios alimentares como anorexia e bulimia. Dessa forma, vê-se que os padrões impostos pelos meios midiáticos acabam propiciando uma postura desequilibrada de muitos jovens brasileiros á sucumbir um corpo perfeito, trazendo impactos negativos tanto para a sua saúde como para a sociedade, pois como já dizia o sociólogo Émile Durkheim, o homem mais do que formador da sociedade é um produto dela.   Ademais, convém frisar que a banalização das cirurgias plásticas como forma eficaz de busca e realização de um corpo perfeito só cresce no país. Uma prova disso está numa pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Cirurgias Plásticas que põe o Brasil em primeiro lugar no ranking de realização de procedimentos como: lipoaspiração, implantes mamários e rinoplastia, constando que são realizados mais de 83 mil cirurgias estéticas por mês no país. Diante disso, percebe-se que a ausência de fiscalização e de métodos menos invasivos acaba propiciando o aumento dessas cirurgias.    Para que se minimize a problemática, portanto, é imprescindível que o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária deverá regular propagandas que incitem a adoção de padrões estéticos com maior rigidez, promovendo a diversidade de aparências. Outrossim, o Ministério da Educação, aliado as escolas da rede pública e privada, deverão realizar palestras educativas, ministradas por professores e educadores, que abordem o tema. Além disso, é essencial que os Conselhos Regionais de Medicina de cada Estado fiscalizem os procedimentos, impedindo a realização desnecessária de muitas cirurgias e promovendo métodos menos invasivos.Posto isso, será possível mitigar a busca desmedida e exacerbada pela perfeição corporal.