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Enviada em: 20/08/2017

Os padrões estéticos e o culto ao belo sempre se impuseram na sociedade. Nos anos 60, por exemplo, a atriz Audrey Hepburn – a “Bonequinha de Luxo” – era tida como inspiração para mulheres de todo o mundo, com seu físico magro e seus traços delicados. No cenário atual, os ideais de corpo perfeito continuam estimulando o enquadramento nos padrões de beleza impostos pelas revistas e pela indústria, muitas vezes, desprezando a saúde. Dessa forma, convém analisar as motivações e os corolários oriundos da problemática supracitada.  Claramente, nota-se que a mídia – enquanto formadora de opiniões – exerce papel preponderante na imposição de protótipos ideais de beleza. Ao veicularem publicidades de produtos estéticos milagrosos e exaltarem famosos pelos seus portes físicos atléticos em detrimento das suas potencialidades pessoais, os programas de TV, por exemplo, incentivam as massas a se adequarem a padrões previamente estabelecidos para serem aceitas em determinados círculos sociais. Com isso, grande parte dos cidadãos se submete a dietas extremamente restritivas ou opta, até mesmo, por intervenções cirúrgicas desnecessárias que podem oferecer risco de vida.  Outro aspecto a ser analisado é que esse esforço contínuo na busca pelo corpo perfeito não traz satisfação duradoura e gera infelicidade, uma vez que muitos padrões impostos socialmente são inalcançáveis. Tal fato implica em efeitos severos que vão desde problemas de baixa autoestima até transtornos alimentares, como a anorexia e a bulimia. Fica evidente, portanto, que as tentativas de massificar um só biótipo, desconsiderando a pluralidade da beleza, promove a formação de indivíduos que abdicam das suas singularidades e dos hábitos saudáveis.  Destarte, o estabelecimento de diretrizes é imprescindível para arrefecer esse impasse. Assim, as próprias mídias devem criar mecanismos para regular os conteúdos que são propagados em seus anúncios e programações, substituindo os discursos padronizadores por campanhas que reflitam sobre essa ditadura da beleza. As escolas, por sua vez, podem criar projetos educativos destinados aos estudantes, como palestras e fóruns de debate, com o objetivo de ampliar as discussões sobre os modelos estéticos dominantes e romper com os estigmas corporais. Sim, Vinicius de Morais estava errado: há outros atributos mais importantes que a beleza.