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Enviada em: 21/08/2017

Sob a ótica do Renascimento - movimento cultural cuja gênese se deu no século XIV, o corpo humano tornou-se destaque ao ser fonte de inspiração para pintores e escultores. Nesse sentido, é válido ponderar que o culto ao corpo atua sob uma perspectiva que vai desde o interesse comercial até as "formas" julgadas padrão pela sociedade. Com isso, surge a problemática do culto a padronização corporal, estabelecida por padrões estéticos abusivos, responsáveis inclusive por doenças psicossociais, como, por exemplo, depressão, bulimia e anorexia. Diante disso, são passíveis de discussão os fatos apresentados.                Em primeiro plano, é pertinente ressaltar a influência da indústria quanto aos abusivos padrões corporais. O meio capitalista em parceria com a mídia - um forte agente articulador, difunde produtos e serviços que instigam nos indivíduos a adesão. Assim, para enquadrarem-se ao padrão veiculado pela mídia, muitos cidadãos são submetidos a procedimentos cirúrgicos desnecessários ou iniciam dietas irregulares sem nenhuma orientação. Tal conjuntura pode ser ilustrada pelo princípio da coesão social de Durkheim, em que o indivíduo segue determinado comportamento corporal com a ideia ilusória de se sentir integrante da sociedade.              Ademais, é imperioso analisar a relação intrínseca das doenças psicossociais com a maneira ditatorial pelo qual o corpo tem sido visto. Desse modo, a insatisfação com o próprio corpo faz com que as pessoas se submetam a realização de ações nocivas à própria saúde, desencadeando transtornos como a anorexia e a bulimia. O público jovem acaba sendo o principal alvo acometido por esses transtornos, visto que a disseminação dos padrões estéticos considerados ideais é mais recorrente nas redes sociais.             Para que se minimizem os fatos apresentados, são necessárias ações interventoras. Dessa forma, é necessário que o Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária (CONAR), atue de forma mais rigorosa, restringindo campanhas publicitárias que visem a padronização corporal, evitando assim uma alienação midiática. Além disso, cabe ao Conselho Federal de Medicina (CFM), como agente regulador, impor mais restrições aos procedimentos estéticos, principalmente de cunho cirúrgico, com o objetivo de conter a prática de cirurgias plásticas desnecessárias. Ao Ministério da Saúde, por sua vez, compete em parceria com a esfera educacional, a abordagem do tema - com um enfoque principal para os transtornos como a bulimia e a anorexia, por meio de palestras e debates direcionadas aos estudantes e ao público em geral, com o fito de estabelecer um pensamento mais crítico e esclarecedor.