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Enviada em: 20/08/2017

Na Grécia Antiga, a beleza do corpo não se resumia à estética, ela expressava um modo de vida do indivíduo grego. O cidadão belo era aquele que tinha nos exercícios físicos uma prática de valor do grande homem. De maneira análoga, a sociedade brasileira apresenta a consolidação dessa ideologia na qual tem ultrapassado os princípios dessa civilização antiga e tem complicado a autoestima e saúde de muitas pessoas. Nessa perspectiva, é preciso entender sobre a padronização corporal disseminada pela sociedade e os transtorno alimentares associados à caminhada para atingir o "corpo perfeito".           Quando Manuel Bandeira compôs o poema "Os sapos", foi capaz de criticar a postura parnasiana básica de construção poética -culto à forma-, por valorizar a estética mais do que o conteúdo artístico. Esse comportamento perpetua-se nos tutoriais sobre dietas radicais, no consumo de anabolizantes e até mesmo em algumas intervenções cirúrgicas, ilustrando, de modo latente, a realidade preocupante da sociedade contemporânea: a busca incessante pelo "corpo perfeito", enquanto a formação de princípios e valores assume posições sociais irrelevantes. Dessa forma, nota-se que a veneração do corpo é um problema grave, por ser visto, muitas vezes, como a razão para se viver.           Além da procura por um padrão corporal imposto pela sociedade, a busca por essa realização pode gerar consequências sérias e contribuir para o desenvolvimento de transtornos alimentares. Isso acontece porque o corpo do indivíduo é submetido a extremas mudanças, seja com dietas rigorosas ou com intensos exercícios físicos, e, muitas vezes, o psicológico da pessoa está bastante fragilizado, uma vez que corpos corpos magros e bem definidos são idealizados fora da estética real. Prova disso, é, infelizmente, a presença de transtornos na alimentação, como anorexia e bulimia, que desenvolve pessoas preocupadas com sua aparência e peso. Dessa forma, quem apresenta tais problemas tende a perder o convívio social e aumentar as chances de terem doenças mais graves no futuro.            É indispensável, portanto, a criação de medidas para combater a padronização corporal e os danos a saúde. Cabe à mídia interferir na propagação de corpos ideais, lançando propagandas com pessoas de diferentes físicos, mostrando a importância de respeitar a diferença do corpo e, assim, atenuar os esteriótipos de que apenas quem apresenta um corpo magro será aceito na sociedade. Ademais, o Ministério da Saúde deve, em parceria com médicos e psicólogos, promover campanhas sociais, em postos de saúde e hospitais, atendendo pessoas e identificando as que possam apresentar problemas de saúde decorrentes de uma idealização corporal. Dessa maneira, o culto à forma não será tão importante e valorizada quanto os principios e valores humanos.