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Enviada em: 21/08/2017

No livro “A moreninha”, o autor Joaquim Manuel de Macedo inova ao descrever sua protagonista, a jovem Carolina, de forma destoante do perfil de beleza europeu dos contos literários da época. Contudo, decorrido mais de um século de sua publicação, a imposição do padrão corporal na socie-dade brasileira é algo ainda expressivo. Logo, o estereótipo midiático e a negação imagética, por alguns, incitam ações à reversão desse quadro.     Historicamente, o culto ao corpo perfeito foi reverenciado de formas distintas nas sociedades. A exemplo, na idade média, a preocupação es-tética ia contra os dogmas religiosos e era citada como algo pecaminoso. Todavia, no cenário atual, a busca pelo padrão comercial do corpo perfeito é reflexo de um estereótipo imposto pela mídia, induzindo assim, à busca de intervenções cirúrgicas, por parte da população. Prova disso, conforme a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o Brasil é o segundo país do mundo a realizar tais práticas, como lipoaspiração  e implante de próteses.       Outrossim, os transtornos psicológicos ocasionados pela obsessão da perfeição corporal, como anorexia, bulimia e vigorexia, é preocupante. Neste último, por exemplo, o uso de anabolizantes e hormônios de repo-sição hormonal só devem ser liberados sob prescrição médica em casos de hipogonadismo (diminuição da função das gônadas sexuais). Entretanto, a comercialização ilegal desses fármacos para avantajar o porte muscular é comum em alguns centros desportivos, o que intitula ações sólidas  à isso.         Diante dos fatos expostos, para findar o estilo narcisista do culto a estética perfeita, é imprescindível, as escolas e a mídia, a conscientização por campanhas, palestras e seminários sobre melhores hábitos alimentares e práticas esportivas, como promoção de saúde. Ademais, parcerias público-privadas, a fim de que gestores municipais invistam em aparelhos de ginástica em praças e parques, sob supervisão de especialistas, como o projeto "Segundo Tempo", torna-se substancial. Por fim, ao Judiciário, a austeridade nas fiscalizações à venda indiscriminada de anabolizantes e similares, são viés úteis ao novo "protagonismo" da sociedade.