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Enviada em: 18/08/2017

Revistas, propagandas, filmes. A padronização corporal se vê presente dos mais previsíveis aos menos esperados meios, estes que constantemente fazem parte da rotina de jovens, grupo mais afetado por distúrbios alimentares. A naturalidade com que se divulga a cultura do corpo perfeito impede que identifiquemos os possíveis riscos impostos por esse padrão, expondo explicitamente indivíduos em fase de formação. Como resultado dessas imposições, a mídia se torna gradualmente mais restritiva à diferentes tipos de corpos, e em uma sociedade aonde quem não se enquadra é duramente criticado, não é estranho que casos de transtornos alimentares se tornem crescentemente mais comuns. Um levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde em 2013, revelou que 77% das jovens tem propensão a esses distúrbios, as mesmas também acreditam que mulheres magras são mais felizes.  Ainda que o cenário seja grave, com o desenvolvimento de novas redes sociais o assunto vem ganhando espaço para discussão. Recentemente a franquia Netflix lançou "O mínimo para viver", filme que retrata a luta de Ellie contra a anorexia. Durante a trama fica evidente o comportamento causado pela doença da protagonista, desde a preocupação exacerbada com a quantidade de calorias de um alimento até a constante fiscalização da espessura de seus braços e pernas. A produção se destaca por não romantizar o transtorno, além de mostrar que homens, muitas vezes ignorados, também sofrem com a estandardização. Diante dessa conjuntura, fica explícito que a padronização corporal se manifesta negativamente na sociedade, portanto, medidas são essenciais. É necessário que haja, por parte do Ministério da Educação, uma atenção para a saúde mental dos jovens, disponibilizando acompanhamento profissional durante o período escolar. Além disso, seria pertinente que órgãos de regulação da propaganda, se atentem para possíveis gatilhos em anúncios transmitidos . Outrossim, pais precisam influenciar seus filhos a se aceitarem e não tentarem se enquadrar no mundo de alguém.