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Enviada em: 18/08/2017

Mulheres de pele alva e corpos curvilíneos. Esse era o ideal de beleza durante o período renascentista. Na sociedade contemporânea, as características modificaram-se, o belo passou a ser ditado por corpos extremamente magros ou musculosos. No entanto, o culto a padronização corporal permanece no Brasil e tem contribuído para o aumento da prevalência de transtornos alimentares e psicológicos. É necessário, portanto, contornar essa veneração por meio do combate às suas causas.      É indubitável que a questão social esteja dentre os motivadores do problema. De acordo com o sociólogo Mário Vargas Llosa, a sociedade pós-moderna é caracterizada pela supervalorização da forma em detrimento do conteúdo. Dessa maneira, a mídia, principal influenciadora dessa geração, ao utilizar, quase exclusivamente, profissionais que atendam ao novo modelo corporal tem ditado um ideal rígido a seguir, que muitas vezes sequer está dentro dos limites saudáveis de peso.        Outrossim, pode-se mencionar a indústria da moda como agravante da situação.  A produção de roupas apenas em tamanhos reduzidos, atitude altamente excludente, é, geralmente, recorrente nas marcas brasileiras. Ademais, mesmo as poucas empresas que têm produção voltada ao público acima dos limites saudáveis de IMC, conseguem ser preconceituosas, pois além de rotularem o segmento de "plus size", muitas vezes possuem área separada para esse tipo de vestimenta. Desse modo, o medo de tal exclusão influencia o culto às formas estabelecidas.       Fica claro, assim, que a mídia e a indústria da moda contribuem para a perpetuação dessa obsessão. Visando reverter essa situação, o CONAR deve atuar frente às agências publicitárias, estimulando a diversidade corporal dos modelos utilizados em propagandas e, ainda, proibindo a utilização de profissionais com IMC abaixo de 18,5kg/m2. Por sua vez, as ONGs devem veicular campanhas nas redes sociais para pressionar a indústria da moda a respeitar todos os tamanhos corporais, reivindicando a produção de roupas maiores e extinção do termo "plus size".