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Enviada em: 15/08/2017

É incontrovertível que nos últimos anos a preocupação com a saúde física aumentou e, juntamente com ela, a busca por atividades físicas. No entanto, a confusão entre saúde e estética também se encontra presente. Nesse contexto, observa-se que o culto à padronização corporal no Brasil é um mal, com raízes em aspectos econômicos e histórico-sociais. Nesse sentido, é necessário sair do estado inercial em que o país se encontra frente a essa problemática, combatendo-a.       A princípio, é possível perceber que as propagandas agressivas são a causa que mais se destaca entre tantas outra. De acordo com a teoria marxiana, a economia determina a sociedade. Sob essa óptica, fica evidente que, devido às publicidades que visam influenciar o consumidor a adquirir produtos estéticos ou certos tipos de roupa, afirmando um ideal de beleza, os indivíduos tornam-se mais propensos a cultuar um padrão corporal e, por vezes, a buscar meios não-saudáveis de se encaixar nesse modelo. Bom exemplo disso é o crescente índice de transtorno alimentares em jovens causados por uma obsessão pelo corpo "perfeito".       Outrossim, vale também ressaltar que essa circunstância é corroborada pela pressão social, a qual possui origem em ideários machistas e que sofrem principalmente as mulheres. Sabe-se que o determinismo social é responsável por esse endeusamento de um modelo estético, uma vez que, por conta das constantes afirmações de que mulher deve ser, por exemplo, magra para agradar os homens, essas, não raro, acabam cedendo a essa pensamento, buscando atingir tal expectativa, por medo de ser julgada e socialmente excluída. Prova disso é que, durante o período colonial, por exemplo, por causa dessas mesmas razões, as mulheres se submetiam ao pensamento patriarcal de que o dever delas era cuidar dos filhos e estar sempre sexualmente disponível a seus maridos.       Segundo Isaac Newton, um corpo tende a permanecer em seu estado até que uma força de maior intensidade atue sobre ele. Desse modo, urge, portanto, uma força capaz de dar início ao combate contra a idealização corporal. Para isso, é de responsabilidade do Poder Legislativo criar leis as quais determinem que nas propagandas devem ter no mínimo dois atores com características opostas, como uma pessoa magra e outra gorda. Ademais, é mister que a mídia, com subsídio estatal, instituições educacionais e organizações não-governamentais fomentem o pensamento crítico a respeito da importância da aceitação da sua própria beleza e também da alheia por meio de campanhas publicitárias, novelas, cartilhas, aulas, projetos educacionais e debates em eventos abertos ao público. Dessa e de outras maneiras, o bem-estar social será efetivo.