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Enviada em: 16/08/2017

Quantos likes os transtornos e distúrbios dismórficos merecem?        Assim como Olavo Bilac em seus sonetos parnasianos, o Brasil vem vivenciando um culto à forma cada vez mais preocupante. Essa idealização da forma perfeita e do corpo padronizado afeta, principalmente, adolescentes que, por vezes, vêem-se obrigados a adotar esses padrões para serem aceitos pelo tecido social. Consequentemente, como já está acontecendo, esses jovens podem desenvolver distúrbios alimentares, prejudicando tanto sua saúde física, como também psicológica.        Ao pesquisar as palavras "ana e mia" na barra de buscas do Instagram, uma das redes sociais mais utilizadas no Brasil, o resultado chega a ser aterrorizante. São centenas de perfis criados, principalmente por garotas, que compartilham frases e fotos que induzem a dietas perigosas, à anorexia e à bulimia que, como observado, já têm até apelido. "Quantos likes essa anorexia merece?" é uma legenda comumente anexada em fotos de garotas magérrimas e seus corpos cada vez esqueléticos. Distúrbios alimentares não merecem nenhum "like" e essas garotas precisam, urgentemente, de ajuda.      Além da anorexia e da bulimia, é preciso citar, ainda, o transtorno dismórfico muscular, que se caracteriza por uma intensa busca pela definição muscular. A Síndrome de Adônis, como também é chamado esse distúrbio, faz referência ao deus grego de grande beleza física, característica de suma importância na Grécia Antiga. No entanto, como o ganho muscular nas academias é lento e gradual, muitos jovens acabam optando pelo uso de anabolizantes e prejudicam ainda mais sua saúde.        Dessa forma e de acordo com o que foi mencionado, pode-se observar que o culto à padronização corporal no Brasil representa e trás problemas como os distúrbios e transtornos dismórficos. Assim, influenciadores digitais devem fazer campanhas, principalmente no Instagram, para ajudar pessoas com distúrbios a procurarem ajuda e ainda indivíduos saudáveis a reconhecer quem precisa de ajuda para que todos possam se envolver nessa causa. O Ministério da Saúde deve, ainda, cobrar de todas as academias do Brasil o emprego de um profissional psicoterapeuta que saiba reconhecer transtornos dismórficos, tratá-los e ainda que faça palestras sobre autoaceitação e o risco do uso de anabolizantes, posto que, assim, os jovens estariam mais informados e ainda auxiliados diante de problemas.