Materiais:
Enviada em: 18/08/2017

“As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”. Verso famoso do poeta Vinicius de Moraes é a síntese do pensamento moderno acerca do padrão corporal, buscando uma homogeneização do conceito de beleza. Desde a antiguidade os padrões de beleza são cultuados, como exemplo os gregos que cultuavam o corpo atlético, mas na contemporaneidade, com os avanços tecnológicos e a rápida disseminação de informações, se gerou uma cobrança excessiva acerca dos padrões estéticos. Vale salientar que esses padrões são construídos através de ferramentas midiáticas, com o objetivo de atrair mais consumidores para o "mercado da beleza".        O culto ao corpo coloca-se hoje como preocupação geral atravessando todos os setores, classes sociais e faixas etárias, apoiada num discurso ora voltada à questão estética, ora à preocupação com a saúde. Nesse cenário tem-se a busca pelo corpo perfeito consolidada nos valores culturais brasileiros. Reconhecido mundialmente por sua beleza, o Brasil é palco de constantes cobranças para o alcance dos padrões estabelecidos, como foi observado em pesquisa realizada pela marca de cosméticos Dove, que apontou o país como acima da média global na porcentagem de mulheres que se sentem pressionadas a atingir o corpo ideal. Nesse sentido, as exigências aos estereótipos de beleza estão associadas a uma identidade nacional de forte culto à padronização estética.        Há uma relação muito próxima entre mídia e população, ficando mais fácil disseminar um padrão de beleza. Programas em TV aberta, revistas e propagandas são usados afim de massificar esse ideal de corpo perfeito, esse corpo ideal possui representações diferentes para cada sexo, para o masculino é representado por homens fortes e com músculos definidos, já para o feminino por modelos esqueléticas. A imposição da sociedade a adesão desse padrão, oprime os que não se encaixam, tendo como consequência o aumento do número de casos de depressão, ansiedade, suicídio, entre outras mazelas.    Portanto, medidas são necessárias para solucionar o impasse. O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR) deverá regular propagandas que incitem a adoção de padrões estéticos com maior rigidez, promovendo a diversidade de aparências. É notória a influência de fatores educacionais e culturais na problemática supracitada. Nesse viés, cabe às escolas, em consonância com ONG´s da área, orientar a população acerca da relevância da aceitação pessoal. A ideia é, a partir de palestras e debates nas salas de aula, além de campanhas na internet e nas ruas, desconstruir os padrões criados e promover a diversidade de belezas.